Caminhoneiros usam truques para tentar driblar fiscalização no trânsito

Alguns caminhoneiros que circulam pela capital paulista usam vários truques para não serem flagrados pelos radares de trânsito. São motoristas cometendo fraudes para circular pela área de restrição. Todos os dias, 190 mil caminhões circulam pela cidade.

Na Marginal Pinheiros, às 3h40, os caminhoneiros estão apressados. Eles querem evitar o horário de restrição. Em dias de semana, é proibida a circulação nessa e em outras ruas e avenidas da capital, das 4h às 22h. Às 4h, a equipe de reportagem do SPTV parou perto da Ponte do Jaguaré, no sentido Interlagos. A partir do horário, caminhão não pode passar desse ponto.

Os agentes da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) dizem que todo dia há motoristas com dúvidas. Um caminhoneiro conversa com um funcionário da companhia. “Não é 5h, não?”, pergunta ele. “Mudou tem mais de um mês”, responde o agente. Mas muitos caminhoneiros não querem saber de conversa. Durante as três horas que a equipe de reportagem permaneceu na Marginal Pinheiros, foram registrados vários flagrantes de motoristas que driblam a proibição.

Caminhão com placa adulterada, com letra e número cobertos com fita adesiva. Com placa dobrada para baixo, quase impossível de se ver e com números apagados. E um caminhoneiro que foi mais ousado e colocou um papelão que cobriu toda a placa.

Passava das 5h quando um caminhão entrou sem cerimônia na Avenida dos Bandeirantes. A placa estava tampada com um plástico. Minutos depois, o plástico sumiu. Um barbante fica amarrado no plástico, que pode ser puxado a qualquer hora. Esse truque é conhecido entre os caminhoneiros como "puxar a pipa".

A restrição ao trânsito de caminhões começou a valer também na Marginal Tietê no dia 12 de dezembro. Por enquanto, ninguém está sendo multado, mas já tem caminhoneiro driblando a proibição. Em nota, a CET diz que os 2,4 mil agentes de trânsito são orientados a chamar a Polícia Militar quando se deparam com veículos circulando com placas adulteradas.

A companhia afirma ainda que, pelo Código de Trânsito Brasileiro, dirigir com a placa violada ou falsificada é infração gravíssima. Nesses casos, o veículo deve ser apreendido. A CET diz que essa fiscalização é feita pela PM, que tem autoridade para parar o veículo e pedir a documentação.

O capitão Luís Gomes, da Polícia Militar, disse que os policiais que realizam um patrulhamento específico nas marginais Pinheiros e Tietê tomam providências quando flagram caminhões cometendo essas irregularidades. “A CET ou o policial militar, verificando um veículo nessas condições, vai tomar a atitude de imediato. Ou o agente da CET contata o PM pessoalmente, porque nós temos pontos fixos de policiamento, ou pelo Copom”, afirma.

FONTE: G1 SP