Os números ainda não são conhecidos, mas a perspectiva é que a Mercedes-Benz ônibus deverá fechar o ano com um volume recorde na sua história. O resultado será alavancado especialmente pela linha de ônibus urbanos, cuja projeção e a de fechar o mês de dezembro com um volume recorde. Sem poder revelar detalhes, o diretor de vendas e marketing da Mercedes-Benz para o setor de ônibus, Gilson Mansur, afirmou que o bom volume anual da montadora neste setor será em parte resultado um trabalho minucioso, na base do corpo a corpo, feito pela empresa junto aos clientes, especialmente a partir do segundo semestre deste ano, quando foram a campo explicar todo o processo de implantação do Proconve P-7 e as diferenças entre os motores Euro III e Euro V.
A Mercedes tem uma produção média mensal de 1.450 unidades de chassi de ônibus, sendo que 70% é do segmento urbano. O melhor resultado da montadora este ano foi em junho, quando vendeu 1.800 unidades e novembro registrou volume de 1.750 unidades. Para bater recorde, as vendas de dezembro deverão ficar entre 2.300 a 2.500 unidades. Mas o executivo desconversa. “Não podemos falar do futuro. Só do passado”, referindo-se aos resultados já consolidados da montadora.
Para atender a crescente demanda, a Mercedes já vinha trabalhando com produção acima da média desde meados do ano, exatamente para ter produtos já concluídos no pátio para atender a demanda. Pelas regras do Proconve P-7, as montadoras devem encerrar a produção dos veículos Euro III em 31 de dezembro de 2011 e, a partir de primeiro de janeiro de 2012, iniciar a manufatura dos comerciais pesados com tecnologia Euro V. “Mas teremos até março para faturar as unidades Euro III, seja para os clientes diretamente, seja para a rede de concessionários, produzidas até dezembro”, explica.
Se confirmar os resultados, a Mercedes-Benz deverá fechar 2011 com um volume próximo de 15.400 unidades comercializadas de chassi de ônibus, sendo que 70% do segmento urbano. O mercado total projeta um volume em torno de 32 mil unidades. Esse resultado é reflexo de atitude de empresas, como a viação Santa Cruz, que antecipou a renovação de frota para fugir dos custos que virão com a nova geração. “Substituímos em torno de 300 unidades da nossa frota com novos modelos Euro III”, declarou Cláudio Abreu, diretor da empresa. A troca foi creditada aos custos mais elevados que chegam com os produtos Euro V. “Além do diesel mais, tem custo com o aditivo, sem contar o preço da compra que será maior”.
Para Gilson Manzur, o mercado já começa a entender as vantagens que os motores Euro V vão trazer para o mercado. “Muitos empresários decidiram fazer a aquisição antecipada dos modelos novos depois que entenderam os benefícios tecnológicos e de contribuição ao meio ambiente, tanto que já estamos produzindo modelos Euro V para entregar no início de janeiro”. Sobre as perspectivas para 2012, Mansur acredita que o programa Caminho da Escola, criado pelo governo federal, que vai absorver em torno de 6000 novos ônibus, será um fator positivo para o setor. “A partir de 2012 passamos a participar desse mercado com um novo produto de motor dianteiro”, adiantou.
FONTE: Transpoonline