Facchini

O mercado internacional de caminhões

O vice-presidente da Fenabrave-RS, Luiz Carlos Paraguassu esteve na Itália para visitar o Show Room de fábrica Iveco e concessionários da marca, neste que é o mais importante mercado da montadora. Paraguassu, também é superintendente do grupo Bivel , que tem cinco casas da marca no Rio Grande do Sul.
Para a liderança, a crise vivenciada na Europa oportunizou uma visibilidade em nível global, do mercado de caminhões, nos países emergentes. O Brasil passa a ocupar um significativo espaço para o desenvolvimento das matrizes industriais. A verdade é que o Brasil goza de uma estabilidade econômica de fazer inveja a algumas ditas potências mundiais. E mais importante ainda, tem um potencial de crescimento em mercados já saturados em muitos países europeus.
“Perceber como estaremos nos próximos anos foi sempre a razão deste tipo de visita. O segmento de caminhões caiu 50% na Europa, lá o mercado é aberto, as empresas concorrem entre si com cerca de 30 marcas. Nos damos conta que, a grande diferença fica pela impossibilidade de ocorrer uma dificuldade desta grandeza no mercado Brasileiro. A grande satisfação foi constatar que os produtos comercializados lá, são os mesmos daqui.”, comenta Paraguassu.
O mercado de caminhões é considerado, em todo o mundo, como a indicação do que vem pela frente na economia. Na Europa, os maiores fabricantes de caminhões já diminuíram o ritmo de produção. A indústria é um termômetro para o crescimento econômico de forma geral, e grandes clientes corporativos no continente estão hesitando em fazer novos pedidos.
“O que encontrei na Itália foram Mega-Dealers com áreas de 20 mil metros quadrados, estruturas fantásticas, organizadas para atender grandes volumes”, acrescenta o dirigente que informa que na Itália a Iveco conta com uma participação de 40% no mercado de caminhões entre 12 e 14% na Europa.
“A tendência é que a recuperação venha com a expansão do mercado externo, o Brasil é visto como o mercado que vive um momento ideal para o segmento de pesados. Conseqüência da economia brasileira, onde a concorrência disputa mercado com oito marcas nacionalizadas, e mais quatro importadas”.
Paraguassu ainda relatou que a concessão na Europa conta com custos inferiores em financiamentos e estoques se comparado aos do Brasil, o que se transforma num grande facilitador do suporte para venda, mas acrescenta que as empresas européias não têm o que ensinar aos distribuidores brasileiros. O que existe é uma gama maior de produtos da linha leve, que em breve, devem chegar ao nosso país.
Muitas montadoras buscam compensar o crescimento mais lento na Europa com a sua presença na China, Brasil, Leste Europeu e outros mercados em desenvolvimento em todo o mundo. As montadoras que vendem predominantemente na Europa estão em situação pior, são empresas que estão fazendo mudanças permanentes nos negócios, o que em muitos casos significa mudar o foco para mercados mais promissores fora da Europa Ocidental.
E avalia: “Independente das crises serem dolorosas, ou mesmo mais lendas, o fato é que o mercado europeu conta com uma força econômica de compra muito forte. Esta não será a pior crise vivenciada pela Europa, mas certamente eles perderão parte dos benefícios conquistados. Poderá haver algum reflexo no Brasil, no aspecto do aporte externo, mas vale lembrar que, o Brasil tem capacidade de gerar seus próprios recursos e não depende mais tão somente de capital estrangeiro.”
O Brasil financia o setor de caminhões através do FINAME, que é liberado se o produto contar no mínimo com 65% de nacionalização, o que não estimula a entrada de outras marcas, via importação, nesta competição. Para Paraguassu a próxima mudança no mercado brasileiro deverá ser a instalação de fábricas como Foton, Daf, Sinostruck e a consolidação da International.
FONTE: Bagarai 
NOTÍCIA ANTERIOR PRÓXIMA NOTÍCIA