Facchini


Mercado externo aumenta receita da Randon em 2012

Exportações, principalmente para a região do Nafta, e negócios das unidades localizadas no exterior serão responsáveis pelo incremento próximo a 2,5% na receita líquida consolidada da Randon, de Caxias do Sul, em 2012. A empresa divulgou na quinta-feira suas estimativas para este ano, que contemplam valor líquido de R$ 4,2 bilhões e bruto de R$ 6,1 bilhões (queda de 3%).
De acordo com o diretor de relações com investidores, Astor Schmitt, o aumento na receita líquida e o recuo na bruta têm relação direta com o acréscimo nas exportações, que são isentas do pagamento de impostos. Historicamente responsáveis por 10% a 15% da receita da empresa, esses negócios estão estimados em US$ 330 milhões para 2012, incremento de 14% sobre o valor projetado para o ano passado, que é de US$ 290 milhões.
O diretor destaca que a região do Nafta, em especial os Estados Unidos, terá incremento expressivo na produção de caminhões, ônibus e comerciais leves, influenciando diretamente o segmento de autopeças e sistemas automotivos. Já na Europa a expectativa é de desempenho negativo e, na China, de desaceleração do crescimento. Na linha de implementos rodoviários, as exportações tendem a crescer na América Latina e na África do Sul.
Além das vendas diretas do Brasil, Schmitt também cita as possibilidades reais de expansão da receita das unidades localizadas na Argentina, nos Estados Unidos e na China, as duas últimas diretamente ligadas à controlada Fras-le. Para 2011 a estimativa de receita dessas unidades é de US$ 90 milhões, valor que, segundo o executivo, sofrerá aumento significativo neste exercício.
Para o mercado interno, a empresa projeta recuo de até 10% nos negócios de autopeças e sistemas, acompanhando a visão das montadoras de caminhões e chassis para ônibus. No segmento de implementos rodoviários, a expectativa é de estabilidade, enquanto nos negócios de vagões é esperado importante crescimento. Na linha de veículos especiais, é aguardada forte expansão por conta dos aportes públicos em habitação e infraestrutura.
Para o diretor da Randon, as atividades do primeiro semestre do ano serão menos intensas do que no segundo. Por conta dessta estabilidade, acredita que será possível aumentar os ganhos em eficiência, resultando em melhor rentabilidade final. Schmitt não acredita em forte elevação de preços dos produtos ou nos custos dos insumos. O que considera como desafio é a evolução dos custos da mão de obra. “Este é um fator de preocupação crescente.” Afirma que o Brasil está chegando a um custo similar a de países de primeiro mundo, mas com eficiência e produtividade de terceiro mundo. “Resolver essa equação é um dos principais desafios dos próximos anos.” 
Além da Randon, a controlada Fras-le, divulgou suas estimativas para 2012. A receita bruta total projetada é de R$ 928 milhões e a líquida de R$ 680 milhões. As exportações representarão US$ 128 milhões e as importações, US$ 70 milhões. A fabricante de materiais de fricção investirá R$ 70 milhões. Tomando por base a receita líquida apurada até novembro de 2011, a expectativa de crescimento é da ordem de 25%. Os números oficiais do grupo serão anunciados no dia 28 de fevereiro.

Investimentos vão somar pelo menos R$ 400 milhões
A Randon também anunciou investimentos na ordem de R$ 400 milhões para este ano. Segundo o diretor de relações com investidores, Astor Schmitt, de R$ 250 milhões a R$ 300 milhões são sempre necessários para modernizar as instalações. A diferença deste ano terá como prioridades aportes em sistemas de tecnologia da informação, no aumento do capital do Banco Randon em R$ 25 milhões e na conclusão da unidade em construção na cidade de Resende (RJ), junto ao complexo da MAN Latin America. “Os valores extraordinários são necessários para concluir algumas demandas prioritárias.” 
A empresa ainda aplicará US$ 150 milhões em importações, aumento de 30% sobre os valores de 2011, que devem variar de US$ 110 milhões a US$ 115 milhões. Além da compra de insumos e alguns componentes específicos, valores expressivos serão destinados aos veículos especiais que a empresa importa desde o ano passado da Itália, numa parceria com a Perlini.
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