As entidades representantes dos caminhoneiros Autônomos no estado de São Paulo (SINDICAM-SP, SINDITANQUE, UNICAM e ABCAM) começaram nesta semana o processo de consulta à categoria para definirem os próximos passos a serem adotados contra a Restrição na Marginal Tietê. Elas não concordam com a medida por entenderem que faltamente haverá aumento de custos que serão, obrigatoriamente, repassados para o preço final dos produtos. Um dos destinos a ser tomado pode ser o caminho de manifestações públicas.
“Para se ter um exemplo do que estamos falando, uma carga que saia de Guarulhos, zona Norte da grande São Paulo, com destino a Barueri, zona Oeste da grande São Paulo, percorreria 30 quilômetros utilizando a Marginal Tietê, no horário comercial. Essa mesma carga terá que percorrer 143 quilômetros em horário de restrição, para ser entregue no mesmo destino. São 113 quilômetros a mais. O que deverá triplicar o custo do frete, que com certeza será repassado”, avalia o presidente da SINDICAM-SP (Sindicado dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens do Estado de São Paulo), Norival de Almeida Silva.
Questões pontuais também fazem parte das reclamações, como o transporte de carga liquida, que necessita de tratamento especial, pois atendem inclusive ao abastecimento de postos de combustíveis na cidade, entre outros. “Não somos contra a restrição, mas exigimos que as alternativas sejam viáveis. Sem que o Rodoanel Leste esteja concluído, não existe a menor possibilidade de restringir o acesso à Marginal Tietê em nenhum horário”, esclarece o presidente do SINDICAM-SP.
Outro ponto levantado pelo representante da categoria é a falta de comunicação das autoridades de Trânsito da cidade com os representantes do setor. “Para se ter uma idéia, na primeira reunião que tivemos na CET, os representantes da CET afirmaram não saber o significado de “Transportador Autônomo” e “Agregado”. Como se o segmento de Transporte Rodoviário de Carga pudesse existir sem essa categoria profissional, que, aliás, é a mais penalizada com o processo de restrição”, argumenta.
Atualmente o Estado de São Paulo possui cerca de 255 mil caminhoneiros autônomos, responsáveis por uma frota de 270 mil veículos. Somente na Capital há cerca de 54 mil caminhoneiros autônomos. Isso sem contar o grande número de caminhões que chegam à cidade pelas Rodovias Presidente Dutra, Fernão Dias e Ayrton Senna, cujos destinos são os mais variados.
FONTE: Brasil Caminhoneiro