As perspectivas do Grupo Randon para 2011 foram rondadas de incertezas, principalmente, porque o setor duvidava que o Brasil repetiria o ano de 2010, quando as vendas estiveram muito aquecidas, os Estados Unidos não davam sinais de recuperação econômica e havia preocupação com a restrição nas linhas de créditos para bens de consumo. "Porém, 2011 nos trouxe surpresas com a quebra de vários recordes", afirmou Aston Schimitt, diretor Corporativo e de Relações com Investidores da companhia.
Em 2011, a fabricante, que detém pouco mais de 30% do mercado de reboques e semirreboques, registrou um faturamento bruto total (sem a eliminação das vendas entre empresas) de R$ 6,38 bilhões, o maior de sua história. De acordo com o executivo, este desempenho foi impulsionado pela alta das vendas de caminhões - motivada em grande parte pelo adiantamento de compras em função da entrada do Euro 5 (mais caro que a tecnologia anterior) - além disso, as exportações apresentaram números acima do esperado pela empresa.
A perspectiva era que as vendas ao exterior somassem US 250 milhões no ano passado, porém com a recuperação do mercado americano, o faturamento nas exportações chegou a US$ 294 milhões, crescimento de 22,5% sobre 2010. A importância da recuperação dos Estados Unidos é grande para a companhia, já que o Nafta (Acordo de Livre Comércio da América do Norte), bloco econômico, a qual Estados Unidos faz parte, representa 28% dos negócios da Randon no exterior.
Outro aspecto, que contribuiu para este desempenho, foi o bom resultado obtido no segmento ferroviário, a Randon produziu 913 vagões em 2011, chegando a uma participação de 16% de mercado. Além disso, o setor de veículos especiais, fora-de-estrada, motivado pelas obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) apresentou bons números, superando em 11% os valores obtidos em 2010.
Com um crescimento mais modesto, o EBITIDA da fabricante chegou a R$ 556,7 milhões, alta de 2,8% sobre 2010. De acordo com Schimitt, estes valores tiveram o impacto do encarecimento da mão-de-obra, a planta de Caxias do Sul teve que ajustar os salários dos funcionários em 9%. Porém não foi somente o dissídio dos empregados que afetou o índice, o executivo explica que a diferença entre o preço do insumo, mais caro, e do produto final influenciaram neste número final.
Como dito, anteriormente, o ano passado foi de recordes para a fabricante e o lucro liquido também registrou marca histórica com um montante de R$ 269,1 milhões, incremento de 7,9% sobre 2010, melhor resultado da companhia em todos os tempos. “Apesar dos problemas nacionais (infraestrutura, alta tributação, real valorizado, entre outros), o País ainda segue sendo uma base muito interessante para a manufatura de veículos comerciais. Isso explica o nosso desempenho e o interesse de empresas internacionais no Brasil”, destaca o executivo.
Ao passo que o lucro avançou, o endividamento também, a empresa chegou a uma divida liquida de R$ 383 milhões, aumento de 440% sobre o ano anterior. Schimitt, no entanto, afirma que não há motivos para preocupação e afirma que, no Brasil, as empresas trabalham com níveis muito conservadores neste tipo de índice, o executivo ainda ressalta que os investimentos da companhia subiram expressivamente, durante 2011, chegando a R$ 248,3 milhões, incremento de 33,4%.
FONTE: webtranspo.com.br