Facchini

Restrição a caminhões ainda é desconhecida

Em vigor há quase um mês, a restrição à circulação de caminhões em algumas das principais vias da região ainda é desconhecida pelos motoristas. A equipe do Diário percorreu as avenidas que serão afetadas pela medida e verificou que é baixa a quantidade de faixas informativas. Em alguns pontos, como na Avenida Pereira Barreto, em Santo André, algumas das publicidades foram retiradas. A previsão do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, idealizador da proposta, é de que as multas aos infratores comecem a ser aplicadas no dia 8 de abril.
Motoristas ouvidos pela equipe do Diário  demonstraram conhecimento apenas sobre as proibições na Capital. "Estou sabendo que vão proibir, sim. Lá na Marginal do Tietê, né?", questiona o motorista Luciano Santos, 36 anos. A restrição na avenida, que dá acesso às rodovias Presidente Dutra e Ayrton Senna, teve início em dezembro e as multas começarão a ser aplicadas amanhã.
"Tinha que ter mais divulgação. Circulo sempre por aqui e nunca vi nada. Vai ter muita gente sendo multada sem saber da proibição", protesta Júnior Alves, 36. O caminhoneiro acredita que as proibições irão acarretar em aumento nos preços finais das mercadorias. "Os produtos chegam de caminhão. Quanto mais a entrega for dificultada, mais caro ficará", acrescenta.
O motorista Luiz Cláudio Brasil, 43, que também disse desconhecer a proibição, avalia que a medida fará com que mais veículos de carga sejam colocados nas ruas. "A mercadoria que é transportada em um caminhão grande será dividida em três VUCs (Veículos Urbanos de Carga). O que atrapalha mais?", indaga.
Para o presidente do Setrans (Sindicato das Empresas de Transporte de Carga do ABC), Sallum Kalil Neto, a baixa divulgação se deve a possíveis modificações no projeto. "Ainda estamos em negociação com o Consórcio. Imagino que não teria sentido colocar sinalização em uma avenida e depois retirar em caso de mudança." Kalil Neto reivindica a retirada dos bloqueios na Avenida Goiás, em São Caetano, Santos Dumont, em Santo André, e nas vias de Diadema. O motivo é a grande quantidade de indústrias nos corredores e proximidades.
Na reunião ocorrida no dia 6, o Consórcio decidiu retirar do projeto as avenidas Capitão João e João Ramalho, em Mauá, além de diminuir em uma hora e meia o tempo de proibição. Agora, veículos pesados ficam proibidos de circular das 6h30 às 8h30 e das 17h às 20h. A medida afeta vias como Dom Pedro II, Pereira Barreto, Piraporinha, Fábio Eduardo Ramos Esquível e Lucas Nogueira Garcez, entre outras.

Consórcio promete ampliar divulgação sobre proibição
O Consórcio Intermunicipal do Grande ABC promete intensificar a divulgação a respeito da restrição à circulação de caminhões. Segundo a subcoordenadora do Grupo de Trabalho de Mobilidade da entidade, Cristina Baddini, serão feitos investimentos em folders e na criação de mais faixas de orientação. Apesar de faltar pouco mais de um mês para o início da aplicação de multas, ainda não há previsão para que os novos materiais fiquem prontos. "O cronograma varia conforme cada cidade", explica.
Para o professor de Logística José Robison Paiuca, da Fundação Santo André, a medida é necessária. "Hoje estuda-se a utilização correta de veículos. Por que entrar com um caminhão toco no centro da cidade se o serviço pode ser feito por van?" Na avaliação dele, as restrições estimularão o uso do Rodoanel.
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