O mercado de caminhões esfriou 5,2% no primeiro bimestre de 2012 na comparação com o mesmo período do ano anterior, com 23,1 mil emplacamentos. A queda, justificada pela sazonalidade e pelo início do Proconve P7 (Euro 5), nova etapa da legislação de emissões para o segmento, tornou a disputa pelas vendas mais acirrada. Nesse cenário, a MAN, que produz os veículos da marca Volkswagen, escorregou ao desenhar a estratégia para entrar na nova fase.
Os negócios da companhia desaceleraram 10% no período, para 6,7 mil emplacamentos. Com a queda, a montadora perdeu o espaço conquistado em 2011, com redução de 1,8 ponto porcentual de participação para 28,3%. Em março a marca precisará acelerar as vendas para desovar o estoque de veículos Euro 3, um dos maiores entre as fabricantes do segmento. Após o dia 31 só será permitida a comercialização no País de modelos que atendem às exigências do Euro 5.
A vice-líder Mercedes-Benz registrou desempenho positivo no bimestre. Apesar da queda de 3,1% nas vendas, para 6,3 mil caminhões, o desempenho ainda ficou acima da média do mercado. Com isso, a marca ampliou o market share em 0,2 ponto, para 26,3%. A Ford, terceira colocada do ranking, foi na direção contrária e iniciou o ano com retração de 13,2% nos emplacamentos, para 4 mil veículos. O tombo é o maior entre as empresas do segmento. A montadora perdeu fatia de 1,7 ponto para 17% de participação.
Já a Volvo teve crescimento significativo de 19,4% mesmo no contexto de desaceleração, para 2,5 mil veículos no primeiro bimestre. A marca sueca subiu da quinta para a quarta posição no ranking de vendas e ampliou a presença em 2,1 pontos, para 10,8%. Assim como em 2011, o maior avanço foi registrado nas vendas da linha de semipesados VM, que cresceram 24,2%, para 805 unidades. O licenciamento dos pesados FH aumentou em 17,5%, para 1,7 mil caminhões. Bernardo Fedalto, diretor comercial da companhia para o Brasil, garante que os estoques de modelos Euro 3 se esgotaram antes do carnaval. “A nossa força de vendas está concentrada em Euro 5”, contou durante coletiva de imprensa no mês passado.
Também com resultados positivos, a Iveco foi a quinta marca mais vendida do bimestre, com 2 mil unidades. Enquanto o mercado caiu, a companhia manteve o volume de vendas equilibrado em relação ao mesmo período de 2011. Com isso, a fabricante ganhou 0,3 ponto de market share, para 8,7%.
A sexta colocada no ranking é a Scania, com 1,5 mil caminhões. Mais uma vez a companhia registrou resultado inferior ao do mercado total, com retração de 7,1% nos emplacamentos. A fabricante entregou mais uma fatia de participação, de 0,2 ponto, e respondeu por 6,5% das vendas. Ao contrário das concorrentes, a empresa optou por não formar estoques de modelos Euro 3 no fim do ano passado. Dessa forma, o foco está na comercialização de caminhões Euro 5 desde o início do ano.
CHINESAS AVANÇAM
Ainda dando os primeiros passos no mercado nacional, as fabricantes chinesas de caminhões já aparecem nas últimas posições do ranking de vendas. O destaque é a Sinotruck que superou a Agrale no primeiro bimestre do ano, com 171 unidades comercializadas contra 102 da produtora nacional. Com o resultado, a novata tornou-se a sétima empresa que mais vende veículos do segmento, atrás da Scania.
Outra surpresa foi a Shacman que, apesar de ter vendido apenas 8 unidades, superou a Hyundai, que comercializa o modelo HD78, fabricado no Brasil. Nas últimas posições do ranking também começam a aparecer marcas como a asiática JMC, distribuída no Brasil pelo grupo Effa.
FONTE: Automotive Business