Facchini

Escola de caminhões e ônibus

O Centro de Desenvolvimento Tecnológico da Mercedes-Benz completa 20 anos. A matriz de São Bernardo, além de ser a maior unidade da empresa fora de seu país de origem, a Alemanha, é tida como o lugar onde se desenvolve tecnologia para ônibus e caminhões.
O espaço de 40 mil metros se alinha às premissas da marca com relação à produção. Tudo é baseado em conceitos e testes. Os dois andam lado a lado no desenvolvimento de componentes, sistemas e veículos.
Para isso, o centro conta com um banco de provas que testa a durabilidade de conjuntos como cabina, chassi, câmbio, eixos, motor etc.
O motor tem atenção especial em um banco de provas específico. "Nós nos preocupamos especificamente com eficiência e nível de emissão de gases", afirma o gerente sênior de desenvolvimento de motores pesados e transmissão, Salvador Sanles. O coração do veículo passa por testes em condições severas, como nos 3.700 metros na altitude do Deserto do Atacama, no Chile. O design também é setor importante do polo de São Bernardo. Dele saíram aprimoramentos específicos para o mercado brasileiro, inspirados nas criações alemãs. "Trabalhos em etapas começando pelo estilo da marca para então desenvoler um projeto até avaliarmos tudo virtualmente e, então, poder chegar às ruas. Todo mundo vê o resultado final, do operário ao presidente", diz o gerente de desenvolvimento de ônibus, Daniel Spinelli.

Todos os campos de testes, desenvolvimentos e criações estão interligados nos outros seis polos da rede Daimler Trucks. Mas a empresa pensa que cada mercado tem suas especificidades, e por isso, há polos empregados em cada parte do globo, como explica o diretor de desenvolvimento de caminhões e agregados, Walter Sladek: "Pensarmos em ser tão global quanto o possível e tão diferente quanto o necessário"

Tecnologia limpa foi feita aqui
Para se ter um motor eficiente, o primeiro passo é voltar a atenção para a queima de combustível. É o que pensa o gerente sênior de desenvolvimento de motores, Gilberto Leal.
O engenheiro participou do processo de criação da tecnologia do BlueTech 5. O motor a diesel foi elaborado em três anos para atender à legislação brasileira relativa a motores do tipo, o chamado Proconve P-7.
"O resultado das pesquisas foi desenvolver um produto que emite porcentagem de poluentes quase nula", comenta o engenheiro sobre o motor que expele vapor d'água e nitrogênio puro, substâncias inofensivas ao meio ambiente.
Leal acredita que se vive uma "era químicomecatrônica" dos motores a diesel. Segundo ele, "A tecnologia se baseia em fazer reação química para diminuir os níveis de emissão e fugir do eletromagnetismo."
Desta forma foi produzido o novo motor da Mercedes-Benz. Usando uma solução de ureia que faz combustão com o óxido de nitrogênio, se conseguiu um produto que emite 0,02% de poluentes. "A queima eficiente produziu esse número. Tudo se baseia na combustão. E essa tecnologia é produzida aqui no Brasil", completa o engenheiro.
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