A colheita da safra 2012 da soja gaúcha continua, mas já é grande a quantidade de caminhões que chegam ao porto trazendo cargas do grão das áreas de produção para os terminais graneleiros. Conforme o gerente de Relações Institucionais do complexo Termasa/Tergrasa, Vinícius Machado Henriques, o pico do escoamento começou no meio da semana passada. Tanto que nos últimos dias os dois terminais, juntos, têm recebido 800 caminhões/dia para descarregar a oleaginosa. Somando-se os que transportam arroz e trigo, esse volume aumenta para 850/dia. O terminal da Bianchini vem recebendo 500 caminhões/dia. A Polícia Rodoviária Federal diz que o fluxo destes veículos na BR-392, no trecho de acesso ao Superporto, aumentou bastante, principalmente à noite.
Em decorrência da seca houve quebra acentuada da produção de soja este ano. Levantamento divulgado quinta-feira pela Emater indica que o Estado irá colher 49,69% a menos que em 2011. A produção da safra atual deve ser de 5,8 milhões de toneladas, contra as 11,7 milhões de toneladas retiradas das lavouras no ano passado. No entanto, como ainda há em torno de 45% da área por colher, pode haver pequena melhora. Mesmo com a quebra na produção, a Superintendência do Porto de Rio Grande (Suprg) está dando continuidade ao plano safra, iniciado em 2011 e incrementado este ano, e mantendo o envolvimento de todos os protagonistas deste processo na reflexão da melhor forma de escoamento.
Está em execução o Plano de Ação da Safra de Soja 2012, com maior número de vagas nos pátios de estacionamento e incorporação de novos atores nesta ação, como a Federação dos Caminhoneiros Autônomos do Rio Grande do Sul e Santa Catarina (Fecam). O planejamento considera que grande parte da soja gaúcha escoada pelo porto de Rio Grande é transportada até os terminais graneleiros pelo modal rodoviário. No ano passado, o porto movimentou 6,5 milhões de toneladas. E ocorre um volume grande de carga em caminhões nas rodovias.
"Enquanto não conseguirmos os ajustes de infraestrutura, a consolidação do sistema de marcação e agendamento de carga e descarga e a conscientização de todos os envolvidos na cadeia produtiva, temos que manter todos os protagonistas em permanente vigília para o processo ser menos traumático", observou o superintendene do Porto, Dirceu Lopes. Uma das metas é impedir o acúmulo de caminhões na BR-392, que é de múltiplos usos. O Plano Safra tem como uma de suas ações de maior ênfase o agendamento prévio da descarga nos terminais graneleiros. Este sistema, este ano também está sendo adotado pelo Tecon/RG, conforme Lopes.
Plano de Ação Safra
O Plano de Ação é coordenado pela Suprg e envolve os terminais graneleiros - CCGL (Termasa/Tergrasa), Bunge e Bianchini, os Órgãos de Controle e Segurança, mais entidades de classe dos motoristas de caminhões. Sua execução tem, entre outros propósitos, garantir segurança e agilidade no transcorrer da safra, em todas as suas etapas. Também assegurar uma logística junto aos terminais graneleiros para que o sistema de agendamento prévio da descarga evite o congestionamento nas rodovias de acesso ao porto e entornos.
Visando a segurança, a Suprg e os terminais mantêm contato com os órgãos do setor - Polícias Rodoviárias Federal e Estadual, Polícia Federal, Brigada Militar, Polícia Civil e Guarda Portuária. O trabalho ainda inclui divulgação das medidas adotadas junto às concessionárias de rodovias de acesso ao complexo portuário, postos da PRF, a Praça de Pedágio de Capão Seco e a balança da BR-392, no trecho entre Pelotas e Rio Grande, já estendendo-se ao perímetro fora da região. Para tanto, são usados folderes explicativos com orientações aos caminhoneiros sobre locais de estacionamento, telefones úteis e outras informações. Os terminais também devem instruir seus caminhoneiros.
Foram estabelecidos locais de estacionamento para as cargas de grãos em espera. Aguardar ao longo das rodovias é proibido. Os caminhões que não agendarem suas cargas e ao chegarem não conseguirem lugar no estacionamento do terminal de destino, nos quais têm prioridade aqueles que fizeram agendamento prévio, deverão ir para o estacionamento de emergência, que é o Pátio Rodoviário (espaço da Suprg, em frente ao Tecon). E os terminais devem concentrar seus agendamentos para descarga de caminhões nos horários não coincidentes com os de pico de tráfego nas rodovias de acesso. O ordenamento do fluxo rodoviário e da segurança de todo o trajeto e entorno portuário, é de responsabilidade dos órgãos de Controle e Segurança.
FONTE: Portos e Navios