O ano começou com queda nas vendas de caminhões. De acordo com a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), as comercializações caíram 4,7% no primeiro trimestre em relação a igual período do ano passado, e chegaram 37,6 mil unidades.
Para atrair compradores, desde o início de março a Mercedes-Benz começou projeto que dá aos clientes a oportunidade de testarem os caminhões da nova frota (que atende à norma de reduçaõ de emissão de poluentes para veículos com motores a diesel) para o chamado Truck Test.
São em média 1.000 unidades de 15 modelos das famílias que acabaram de sair de fábrica: Accelo, Atego, Atron, Axor e Actros. Eles estão sendo recebidos pelas concessionárias da Mercedes durante 12 meses. Além disso, são 386 eventos para divulgar a marca aos clientes em todo o País. Um deles ocorreu ontem em Fortaleza (CE). Com a estratégia, a empresa quer ocupar o primeiro ligar do mercado até 2014.
Hoje, a montadora está na segunda posição, atrás da Volkswagen. "Será uma fase transitória e difícil de quantificar, mas com a ação devemos ganhar entre 2% e 4% de participação no mercado ainda neste ano", comenta Joachim Maier, vice-presidente de vendas da Mercedes.
Enquanto de janeiro a março do ano passado o número de caminhões emplacados (especificamente os que comportam acima de seis toneladas) pela montadora chegou a 9.700, no mesmo período de 2012, o montante caiu para 9.648, queda de 0,5% no período. Mas a expectativa é que a partir do segundo semestre as vendas voltem a crescer, entretanto, não devem repetir os resultados conquistados no mesmo período de 2011 - ano em que o País teve expansão de 7,5% com a economia a todo o vapor.
Apesar da expectativa otimista para a empresa, o executivo espera redução de até 15% das vendas em todo o mercado no fechamento de 2012 em relação ao ano passado. Para incentivar ainda mais o consumo, quem comprar o modelo Atron, por exemplo (segmento para autônomos e pequenos empresários), terá IPVA e licenciamento gratuitos.
VEÍCULOS NOVOS
A frota que tem incorporada a nova tecnologia diminui em média 6% o gasto de combustível, quando comparada à linha anterior. "Em alguns veículos, a economia pode chegar a 10%", contou a diretora de marketing e vendas de caminhões, Tânia Silvestri.
O veículo com a nova tecnologia, no entanto, custa entre 8% e 10% mais caro. Para Cláudio Costa, diretor da CB Distribuidora de Bebidas, de Maracanaú (CE), que é responsável pela distribuição dos produtos da Coca-Cola no Ceará e Bahia, o custo não tem impacto negativo para a empresa, que já comprou quatro caminhões da nova linha e que serão entregues em breve, mas sem data prevista. Outros cinco modelos já foram encomendados. "O custo maior não está sendo relevante e é algo que não tem impacto", disse Costa.
Funcionários voltam ao trabalho hoje
Os 12.724 funcionários da Mercedes-Benz, em São Bernardo, que estavam em férias coletivas desde o dia 2, além dos 875 da fábrica de Juiz de Fora, em Minas Gerais, retornam ao trabalho hoje. Segundo a empresa, a parada foi necessária para se adequar a uma nova realidade, já que a norma de emissão de poluentes para os veículos com motores a diesel mudou, e as empresas do setor tiveram de alterar a tecnologia já implantada nas frotas antigas. "Estávamos ajustando a produção para atender essa transição do mercado", explicou Tânia Silvestri, diretora de marketing e vendas de caminhões da Mercedes-Benz do Brasil.
Por enquanto, a empresa não fala em demissões nos próximos meses. "É preciso analisar como serão as próximas semanas e meses, não dá para saber o que vai acontecer com essa nova transição (de legislação), mas a expectativa é positiva", diz Joachim Maier, vice-presidente de vendas da Mercedes.
De acordo com Tânia, há poucos estoques de caminhões que ainda pertencem à antiga legislação - a chamada Proconve 5 - nas concessionárias do País. No Nordeste, por exemplo, não existem mais os antigos modelos. Segundo informações da montadora, os estoques antigos que estavam estacionados nas fábricas acabaram ainda em fevereiro. Além disso, desde o início de janeiro já há o novo produto (que deve seguir a nova norma, a Proconve 7) disponível para comercialização.
FONTE: Diário do Grande ABC