A falta de água nas hidrovias está colocando pelo menos mais 1,3 mil caminhões por mês nas estradas para o transporte de soja, fertilizantes e areia entre as regiões dos rios Taquari e Jacuí, com o porto de Rio Grande.
A situação no Taquari se agravou no último mês, quando a baixa na barragem de Bom Retiro do Sul impediu que mesmo embarcações pequenas aportassem em Estrela. Em seu nível normal, o rio daria condições ao Porto de Estrela movimentar 90 mil toneladas de grãos de soja, farelo de soja e fertilizantes. Na barragem, a baixa chega a 1m30cm metro do nível normal.
Na avaliação do vice-presidente de Logística do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística no Estado do Rio Grande do Sul (Setcergs), Frank Woodhead, o aumento médio de 65 caminhões por dia nas estradas não causa tantos transtornos. No porto de Rio Grande, chegam cerca de 1,2 mil caminhões ao dia nos períodos de safra.
A substituição das vias fluviais pelas estradas encarece em quase 50% o transporte das cargas.
– Além do custo a mais com frete, há transtornos de logística dentro da empresa – explica o gerente de produção da Camera Agroalimentos, Valdetar Biberg do Nascimento.
Um dos principais canais navegáveis do Estado, de onde a areia é extraída, também está secando. Levantamento da Superintendência de Portos e Hidrovias (SPH) feito no rio, na última semana, apontou que é crítica a situação em 21 quilômetros entre Triunfo e Rio Pardo, onde não há como navegar embarcações com cargas.
Há pontos onde é possível fazer a travessia a pé. A hidrovia, que tem calado de 2m50cm chega a ter partes com 1m44cm de profundidade.
Sem ter como passar da barragem de General Câmara, a extração de areia caiu pela metade no trecho.
FONTE: Portos e Navios