A indústria de implementos rodoviários registrou o quarto resultado negativo do ano. De janeiro a maio, as empresas do setor produziram 6,3% menos que o total fabricado no mesmo período do ano passado. Como o segmento de implementos rodoviários trabalha com estoque praticamente zero, por serem produtos classificados como bens de capital e produzidos a maior parte das vezes sobencomenda, o reflexo no faturamento é direto.
No segmento Pesado (reboque e semirreboque) dos 15 modelos de produtos pesquisados pela ANFIR (Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários), somente três apresentaram resultado positivo. A queda no segmento Pesado foi de 11,39%. “Silo e Carrega Tudo seguem com desempenho positivo por serem implementos rodoviários ligados a todo tipo de obra civil, de construção residencial às grandes obras de infraestrutura para Copa do Mundo e Jogos Olímpicos”, explica Mario Rinaldi, diretor Executivo da ANFIR.
No segmento Leve (Carroceria sobre chassi), dos sete modelos de produto pesquisados pela ANFIR, três registraram desempenho positivo. No geral, o segmento apresentou, de janeiro a maio de 2012, queda de 3,88% sobre o mesmo período de 2011. “Os modelos que registram desempenho positivo – Baú de alumínio e Tanque – integram o principal vetor logístico de distribuição de cargas dentro das cidades. Com o consumo no varejo em geral aquecido é natural que esses produtos sigam com vendas positivas”, diz Rinaldi.
A ANFIR (Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários) acredita que os reflexos das medidas baixadas pelo Ministério da Fazenda – primeiro em abril e depois em maio – só terão algum reflexo no desempenho da indústria no final de junho. “Os pacotes de incentivo são bem vindos, porém o primeiro conjunto de medidas, em abril, ainda nem havia sido absorvido pelo setor quando foi baixado o segundo no mês seguinte. Isso gera uma certa paralisia no setor”, diz Alcides Braga, presidente da ANFIR.
Braga explica que por ser um produto classificado como bem de capital sua venda é atrelada aos negócios das empresas, que são influenciados pela conjuntura econômica. Mudanças na regra para financiamento do setor, como as efetuadas em abril e maio, são benéficas, porém sem efeito imediato. O presidente da ANFIR explica que, ao contrário do que possa parecer, a edição de dois pacotes de medidas um tão próximo ao outro não gera o impulso de atividade econômica no setor desejado pelo governo. “O que ocorre é o cancelamento de alguns pedidos para que sejam enquadrados nos benefícios descritos nas novas regras”, explica.
Ou seja, enquanto a redução de IPI de carros de passeio atrai mais consumidores às revendas, não há o mesmo efeito no mercado de implementos rodoviários. Assim, o reflexo acaba demorando a aparecer e com isso compromete, na visão da ANFIR, o desempenho geral do setor em 2012. “Podemos ter um ano igual ao anterior ou não”, estima Braga.
FONTE: Brasil Caminhoneiro