A desaceleração em 30,3% nas encomendas de caminhões e chassis de ônibus no primeiro quadrimestre do ano motivou a Noma Implementos e o Grupo Randon a darem férias “seletivas” para regularizar estoques e evitar demissões. A Noma informa que a produção será suspensa nos próximos 15 dias. “Devido aos estoques altos concederemos férias a partir de 1º de junho em algumas áreas da empresa”, afirma Luiz Mesquita, diretor comercial da Noma.
No caso do Grupo Randon, as medidas se estendem para as quatro fábricas instaladas em Caxias do Sul, incluindo a de peças e implementos rodoviários. Em um comunicado, a empresa informa que a decisão foi acordada com 3,6 mil funcionários por meio de votação. Cerca de 1,3 mil empregados da Jost, Suspensys e Master, o equivalente a faixa de 40% a 50% do quadro das três fabricantes de autopeças, serão afastados em períodos distintos também a partir de 1º de junho.
Na Master, 340 empregados ficarão em casa entre os dias 1º e 8 de junho, mediante compensação de horas. Já na Suspensys, outros 800 funcionários deixarão o posto de trabalho entre os dias 04 e 13 de junho, enquanto na Jost Brasil, cerca de 140 empregados não trabalham entre os dias 04 e 08 de junho. Na Randon Implementos a parada ocorrerá apenas no dia 08 de junho com compensação de horas. Todas as empresas do grupo, exceto a Fras-le, que para também no dia 08, devem suspender o terceiro turno a partir de 1º de junho e cerca de 640 funcionários serão remanejados para o primeiro turno.
O Grupo Randon anuncia paradas gerais em suas empresas após registrar no mercado interno resultados negativos no primeiro trimestre deste ano. O lucro do conglomerado caiu 71,9% e a receita bruta total recuou 22,4% em comparação ao mesmo período de 2011 (leia aqui). A retomada das vendas, prevista para o segundo semestre, dificilmente reverterá na totalidade os números negativos. “O segundo semestre será bom, mas não vamos superar os resultados de 2011 em apenas seis meses de força de trabalho”, diz Cesar Pissetti, diretor tecnologia e exportação da Randon.
Pissetti informa que apesar da queda nas vendas o plano de investimento do grupo será mantido. A Randon investirá R$ 2,5 bilhões nos próximos cinco anos e deve gerar até dois mil empregos em Caxias. “Os planos se mantêm porque serão realizados a longo prazo. Essa ressaca nas vendas de caminhões Euro 5 vai passar”, acredita.
FONTE: Automotive Business