A BR-381, rodovia com 1.180 quilômetros de extensão, ligando Guarulhos (SP) a São Mateus (ES), costuma ter um tráfego bastante complicado no trecho entre as cidades mineiras de Belo Horizonte e Governador Valadares. O trajeto é de 309,3 quilômetros, com apenas 18,2 quilômetros duplicados.
Além do trânsito, as más condições deste trecho da estrada também dificulta a vida dos motoristas. “O que se vê nesse trecho da BR-381 são quedas de barreiras, buracos, erosão nos bordos e nos acostamentos e estreitamentos de pista, tornando-a extremamente perigosa para motoristas e passageiros, além de onerar e atrasar o transporte de bens e mercadorias essenciais à economia devido aos grandes engarrafamentos”, afirma o senador Clésio Andrade, presidente da CNT (Confederação Nacional do Transporte).
O trecho entre a capital mineira e Governador Valadares é o mesmo desde os anos 60, com a diferença de que, atualmente, o tráfego é muito maior, assim como o número de veículos pesados que passam pela rodovia. “A estrada ruim provoca a redução da produtividade da região metropolitana da capital e também do Vale do Aço. Isso acaba com a competitividade dos produtos, que ficam mais caros, devido ao aumento do frete e dos custos com manutenção”, diz Rodrigo Simões, professor e pesquisador do Departamento de Ciências Econômicas da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais).
De acordo com a PRF (Polícia Rodoviária Federal), entre janeiro e abril deste ano, 53 pessoas morreram em 615 acidentes entre Belo Horizonte e Governador Valadares. Já entre São Paulo e Contagem (MG), que é um trecho de maior extensão (562 km), apesar do número maior de acidentes no mesmo período (2.456), a quantidade de vítimas fatais foi menor: 32 pessoas.
“O índice de acidentes na BR-381, em termos de volume de tráfego com vítimas fatais, tanto para caminhoneiros como para veículos de passeio, é o maior do Brasil, o que justifica o nome de ‘Rodovia da Morte’”, destaca Paulo Resende Tarso, engenheiro em trânsito da Fundação Dom Cabral.
FONTE: webtranspo.com.br