As paralisações promovidas por caminhoneiros em várias rodovias federais chegaram ao sétimo dia nesta terça-feira. Várias rodovias federais no Rio de Janeiro, Santa Catarina e Rio Grande do Sul são bloqueadas parcialmente, impedindo a passagem de caminhões.
Na rodovia Presidente Dutra, o congestionamento chega a 40 quilômetros. A situação mais tensa é na região de Barra Mansa, no Rio de Janeiro. Apenas uma faixa da rodovia foi liberada na região, para passagem de ônibus e veículos de passeio.
Todos os caminhões foram impedidos de seguir caminho. Alguns manifestantes chegaram a cortar a mangueira de óleo de algumas carretas que tentavam furar a barreira. Dois caminhões ocupados por motoristas que não queriam aderir ao movimento foram apedrejados.
Para evitar maiores prejuízos, alguns caminhoneiros colocaram sua carga à venda na própria rodovia, transformando o trecho da rodovia em Barra Mansa em uma enorme feira livre.
Abastecimento
Com a paralisação na Dutra, a crise de abastecimento já afeta o Rio de Janeiro. O galpão do Ceasa na capital fluminense está vazio desde domingo.
Seis caminhões deveriam chegar ao local nesta terça-feira, mas foram bloqueados em Barra Mansa e não há previsão de chegada.
O primeiro reflexo do desabastecimento foi a elevação dos preços. Segundo a Associação de Produtores e Usuários da Ceasa Grande Rio, o valor da batata, por exemplo, já aumentou 150% no atacado.
No Sul
O protesto dos caminhoneiros também afeta as rodovias da região Sul. Um grupo de caminhoneiros tem interrompido a passagem de todos os caminhões na BR- 101, altura do km 23, em Cachoeiras, litoral norte do Rio Grande do Sul. Apenas ônibus e carros de passeios seguem viagem.
Em Santa Catarina, caminhões com produtos perecíveis conseguem passar pelo bloqueio, mas os demais continuam impedido de continuar.
Reivindicações
Os caminhoneiros protestam contra a determinação da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), que prevê o controle de jornada de trabalho para todos os motoristas que trabalham no transporte terrestre, seja de carga ou de passageiros.
Segundo a determinação, os profissionais devem fazer uma jornada de trabalho de oito horas diárias e no máximo duas horas extras, com intervalo de 11 horas entre cada jornada.
O Movimento União Brasil Caminhoneiro, uma das entidades que organizam o protesto, criticam a norma e alegam que ela pode reduzir a procura pelos motoristas autônomos.
Integrantes da entidade devem se reunir hoje à tarde com representantes do Ministério de Transportes, em Brasília.
FONTE: Band