Facchini

Trecho da Rodovia Régis Bittencourt vira risco para caminhoneiros

Flagrantes de ataques criminosos aos caminhoneiros, que viajam entre São Paulo e Curitiba, pela rodovia Régis Bittencourt, são registrados em plena luz do dia. Os bandidos se aproveitam dos congestionamentos pra agir. E muitos desses crimes acontecem na região do Vale do Ribeira, no interior de São Paulo.
Os acidentes deram à Régis Bittencourt o apelido de rodovia da morte, mas agora, o perigo na estrada está na hora que os caminhões param. No meio do congestionamento, pedestres param na pista e os motoristas ficam apreensivos. “É assalto, saqueamento de carga. Deu fila, é assalto”, afirma o motorista Gustavo Gustmann.
Na fila de caminhões, o flagra de um ataque de ladrões. A porta traseira do baú de um caminhão é aberta, e um jovem sai do meio da pista carregando uma caixa. Ele vai para o acostamento, pula a mureta e desce no meio do mato. Logo atrás vão dois ladrões. Na pressa, um deles quase é atropelado.
O quarto ladrão foge por um morro, do outro lado da via. O caminhoneiro assaltado fica sem saber o que fazer. “A gente estava parado aqui, escutei balançar o caminhão e o menino falou que estão arrombando o baú. Estou parado na fila, vou para onde?”, diz o caminhoneiro Marco Antônio Ferraz.
O assalto aconteceu no distrito de Barnabé, em Juquitiba, o último bairro antes da Serra do Cafezal. Segundo os motoristas, o perigo começa neste ponto e se estende por mais 10 quilômetros na estrada.
O bairro do Engano, em Miracatu, no interior do estado, fica à beira da rodovia. E, segundo a polícia, é um dos pontos de maior risco de ataques a caminhões. Nos últimos dois meses houve ao menos dez arrastões no local.
Perto do bairro do Engano, outro flagrante. Três rapazes sobem o morro com uma ferramenta na mão. Do alto, observam o movimento da rodovia. Quando o trânsito para, dois vão para a pista, mas retornam quando avistam três carros da Polícia Rodoviária Federal. Os policiais passam direto, mas voltam e sobem o morro atrás dos suspeitos. Eles só encontram uma ferramenta. “Isso é um vergalhão, um material de construção, e através da alavanca ele força e estoura o cadeado para acessar o baú e roubar as mercadorias”, diz o inspetor da Polícia Federal Ricardo de Paulo.
Segundo o Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas, 130 caminhões foram saqueados no ano passado no trecho de São Paulo da Rodovia Régis Bittencourt. Neste ano, a polícia registrou ao menos 40 casos.
Só neste mês de outubro, a Polícia Rodoviária Federal enviou 12 novos patrulheiros para a estrada. “A maior dificuldade é pegar o flagrante. esses garotos estão aqui e vivem as margens da rodovia, quando a gente está chegando eles veem a gente de longe”, explica o policial.
FONTE: G1
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