A Mercedes-Benz parece ter acertado na estratégia para o Proconve P7 (ou Euro 5), legislação de emissões que entrou em vigor no início de 2012 e tornou os caminhões mais caros. A empresa conseguiu este ano recuperar parte do espaço perdido em 2011. Enquanto o mercado do segmento sofreu retração de 20,8% entre janeiro e outubro, para 113,9 mil unidades, as vendas de veículos da marca tiveram queda menor, de 18,7%, para 28,8 mil emplacamentos.
Com isso, a marca alemã ganhou quase 0,9 ponto porcentual de participação e respondeu por 25,6% das vendas. A montadora se manteve em segundo lugar no ranking, ainda atrás da MAN, que vende modelos Volkswagen e MAN, mas mais perto de alcançar a meta de voltar a ser líder em 2015. Ao lado da Volvo e da Scania, a Mercedes-Benz integrou o grupo de montadoras que mais vendeu modelos Euro 5. Entre as linhas da marca, a que teve melhor desempenho foi a de leves, Accelo, com redução de apenas 3,2% nas vendas.
A líder entre as fabricantes de caminhões, MAN, também teve performance positiva, fortalecendo sua posição com ganho de 0,3 ponto de market share no ano, para 30,1%. As vendas da companhia somaram 33,9 mil unidades entre janeiro e outubro, com retração de 20,6% em relação ao mesmo intervalo de 2011 - quase em linha com o desempenho médio do mercado. Os caminhões semileves e leves Delivery seguraram o resultado negativo do período. A linha de pesados Constellation também teve resultados melhores do que o do mercado total.
A Ford Caminhões, terceira colocada do ranking, foi a que mais perdeu mercado, entregando 1,4 ponto de market share, para 16%. Foram licenciados 18,1 mil veículos da marca nos 10 meses do ano. O volume é 27,8% menor do que o registrado em 2011. As maiores retrações aconteceram entre os modelos leves e médios. As vendas de pesados apresentaram desempenho melhor, impedindo que a queda da empresa se aprofundasse.
Já a Volvo continuou a ganhar mercado e chega cada vez mais perto da concorrente. Na quarta colocação, a marca sueca responde por 11,2% do total vendido no País, com ganho de 0,3 ponto porcentual de market share até outubro. Os emplacamentos passaram de 12,6 mil unidades, com retração de 19,2% na comparação anual. As vendas da empresa foram melhores do que a média nos dois segmentos em que atua, de semipesados com os modelos VM e de pesados com a família FH.
A Iveco, quinta maior marca de caminhões do País, chega perto do fim do ano com saldo negativo. A montadora perdeu 0,6 ponto de presença no mercado, para 7,6%. Com 8,5 mil licenciamentos, houve retração de 27,9% em relação ao ano passado. A participação da empresa nas vendas de Euro 5 foi pequena. Os negócios entre janeiro e outubro ficaram mais concentrados no segmento de leves, com a linha Daily, que se enquadra entre os VUCs (Veículos Urbanos de Carga), com autorização para circular em grandes centros urbanos.
A Scania foi mais uma a perder espaço, entregando 0,1 ponto de seu market share para deter 7,5% do mercado. A companhia vendeu no Brasil 8,4 mil caminhões entre janeiro e outubro, com redução de 22,6% em relação ao mesmo período do ano passado. Assim como a Volvo, a fabricante trabalha com veículos de alto valor agregado e não formou estoques de Euro 3 para vender no início deste ano. A linha de semipesados da companhia apresentou crescimento expressivo entre janeiro e outubro, apesar de a base de comparação ser fraca, já que a empresa vendeu poucas unidades no ano passado.
A Sinotruk teve retração menor nas vendas, de 10,1%, mas também em relação a uma base fraca de comparação. A empresa vendeu 611 caminhões entre janeiro e outubro. O volume garantiu participação de 0,5%. A brasileira Agrale vendeu 457 unidades, com retração significativa de 32,5%, e participação de 0,4%. A International ampliou em 29,9% os seus emplacamentos, para 404 caminhões. A companhia é a nona colocada no ranking de vendas, com 0,3% de participação.
FONTE: Automotive Business