O ranking de vendas de caminhões teve mudanças importantes no primeiro trimestre do ano. O mercado total do segmento teve retração de 8,7% na comparação com o mesmo período do ano passado, para 34,3 mil unidades e, enquanto as fabricantes que lideram o segmento acompanharam a queda, as suecas Scania e Volvo ampliaram os volumes licenciados e ganharam participação.
As duas companhias atuam fortemente no segmento de pesados, o único que manteve o crescimento no primeiro trimestre. As vendas de semileves, leves e médios apontaram para baixo, já a de pesados avançou 9,8%, para 12,1 mil caminhões. Os licenciamentos semipesados, categoria em que as suecas também atuam, somaram 10,8 mil unidades, com retração de 15%.
A Scania encerrou o primeiro trimestre com ganho expressivo de 7 pontos porcentuais de market share, respondendo por 13,2% do total vendido no País e subiu para a quarta posição no ranking, superando a Volvo e a Iveco. A empresa emplacou 4,5 mil caminhões, volume 97,1% superior ao registrado há um ano. No início de 2012 a companhia foi prejudicada pelo início do Euro 5, ou Proconve P7, nova legislação de emissões para veículos pesados.
Na época, a fabricante adotou estratégia diferente da maior parte das concorrentes ao manter a produção customizada sob demanda e não fazer estoques de caminhões Euro 3 para vender com preço mais baixo no início do ano. O resultado foi uma perda de participação naquele período.
Com a reativação da demanda por modelos pesados entre janeiro e março, a Scania ampliou em 91,7% suas vendas na categoria, com 4,2 mil caminhões. Houve crescimento também no segmento de semipesados, de 108,7%, para 265 unidades.
A Volvo deu continuidade ao avanço no mercado brasileiro com crescimento de 9,9% nas vendas entre janeiro e março, para 4 mil veículos. A montadora foi responsável por 11,8% do total vendido no País, com ganho de 1,8 ponto. Apesar disso, a empresa desceu um degrau no ranking de vendas e ficou na quinta colocação.
Com mil unidades emplacadas, os negócios na linha de semipesados decresceram 10,4%. A queda, inferior a do mercado, foi compensada pelo avanço de 20% nas vendas de pesados, para 2,9 mil caminhões.
PRIMEIRAS POSIÇÕES
A briga pelo topo do ranking não teve reviravoltas, já que MAN e Mercedes-Benz anotaram retração nas vendas. A primeira, líder em caminhões, reduziu seus volumes em 14,3%, para 9,6 mil emplacamentos. A empresa teve 27,8% de participação, com redução de 2,3 pontos porcentuais.
A maior queda aconteceu entre os médios, com tombo de 18% para 1,4 mil unidades. O desempenho no segmento de leves também foi fraco, com retração de 17,5% para 2,7 mil caminhões. Com 3,8 mil unidades, a queda foi de 12,9% entre os semipesados. Já entre os pesados os negócios diminuíram 10,9%, para 1,3 mil caminhões. A única categoria em que a MAN registrou crescimento foi na de semileves, com alta de 16,7%, para 217 caminhões.
Já as vendas da Mercedes-Benz, vice-líder do mercado de caminhões, diminuíram 15,6% no primeiro trimestre, para 8,3 mil caminhões. A participação da empresa caiu 2,4 pontos, para 24%. A montadora anotou retração de 28,3% nas vendas de pesados, de 28,9% na de semipesados, de 4,7% na de leves. Houve crescimento de 11% no segmento de médios, para 555 unidades, e de 9,2% entre os semileves, para 297 veículos.
A terceira posição do ranking permaneceu com a Ford, que perdeu quase 3 pontos de participação no primeiro trimestre e deteve 13,9% do mercado. Com 4,7 mil caminhões, a fabricante acumulou queda de 23,5% nos volumes na comparação com o mesmo período do ano passado. Até o fim do ano a empresa planeja aquecer seus negócios no mercado de caminhões com o lançamento de seu modelo extrapesado.
A Iveco perdeu uma posição no ranking e ficou em sexto lugar. As vendas da marca italiana somaram 2,5 mil caminhões, com queda de 18,4%. A empresa ficou com 7,3% de market share, um ponto porcentual a menos do que no ano passado.
Com participação bem menor, de 0,4%, a International ficou em sétimo lugar, subindo alguns degraus. A empresa vendeu 157 caminhões entre janeiro e março, com alta de 25,6% sobre o resultado do ano anterior. Houve ganho pequeno de participação de 0,1 ponto porcentual.
CHINESAS PERDEM TERRENO
As chinesas Sinotruk e Shacman reduziram as suas já tímidas presenças no mercado interno. A primeira diminuiu as suas vendas quase que pela metade, para 132 unidades, e ficou perto de 0,4% de participação. A segunda vendeu apenas dois caminhões no trimestre. No mesmo intervalo de 2012, a empresa tinha emplacado oito unidades.
A Agrale desceu uma posição no ranking e ficou em nono lugar, apesar de ter mantido sua participação no mercado estável em torno 0,3%. Já Hyundai ampliou as vendas de seus caminhões médios HD para 72 unidades e garantiu market share de 0,2%.
FONTE: Automotive Business