Facchini

Top 10: As piores estradas do Brasil

Em junho, trouxemos um levantamento especial mostrando quais eram as melhores estradas e corredores rodoviários do Brasil segundo os dados da última Pesquisa CNT de Rodovias (realizada no final do ano passado pela Confederação Nacional do Transporte). Três fatores apontaram quais são as qualidades fundamentais de uma rodovia: Pavimento, Sinalização e Geometria da Via.
No item Pavimento, analisou-se a capacidade do asfalto em suportar peso, bem como suas condições gerais de conservação e grau de desgaste que aplica aos pneus. A Sinalização se divide em dois grupos: horizontal (composta pelas faixas pintadas no centro e laterais do solo) e vertical (que são as placas de limite de velocidade e informativas). Por fim, a Geometria da Via envolve elementos que influem diretamente na segurança dos motoristas, ou seja, as características espaciais da pista, como quantidade e largura de faixas, acostamentos e curvas.
Por meio destes critérios, o estudo cobriu 95.000 quilômetros de vias estaduais e federais, e após a análise dos dados elas foram classificadas com avaliações como Péssimo, Ruim, Regular, Bom e Ótimo. As 10 melhores estradas e trechos rodoviários do Brasil foram todas localizadas no Estado de São Paulo (com classificação de nível Ótimo).
Agora, levantamos um ranking com as piores, classificadas a partir do nível Ruim. Das 10 estradas, seis estão na Região Norte, três no Centro-Oeste e uma no Sul. Em comum, estes trechos estaduais e federais não possuem administração por concessionárias (como ocorre na grande maioria das estradas paulistas) e expõem a que ponto o abandono público pode aumentar o Custo Brasil e pôr em risco diariamente a vida de milhões de usuários.

01 – BR-364
Porto Velho (RO) a Rio Branco (AC)
Rodovia de importância fundamental para o escoamento da produção de toda a região Norte e Centro-Oeste do País, a BR-364 possui mais de 4.300 quilômetros de extensão. Se inicia em Limeira (SP), no km 153 da SP-330, e depois passa por Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Rondônia e Acre, onde neste último Estado termina em Rodrigues Alves, cidade do extremo-oeste acreano que faz divisa com o Peru. Entre os inúmeros problemas de seu trecho, destacam-se os buracos, responsáveis por acidentes e danos aos veículos de carga.

02 – BR-158
Jataí (GO) a Piranhas (GO)
A BR-158 atravessa o País de norte a sul, iniciando-se desde Santana do Livramento (RS) e indo até Altamira, no Pará. Porém, no trecho de 187 quilômetros entre os municípios goianos de Jataí e Piranhas, a viagem é complicada. Avaliada como Ruim pela Pesquisa CNT, a estrada apresenta problemas como pavimento ruim e sinalização deficiente. A situação precária das vias contrasta com a riqueza econômica da região: Jataí é considerada a “Capital dos Grãos de Goiás”, e foi o maior produtor de milho do País nos últimos anos.

03 – BR-222
Marabá (PA) a Dom Eliseu (PA)
A BR-222 é uma rodovia federal que vai de Fortaleza, capital do Ceará à cidade de Marabá, no Pará, interligando, além de Ceará e Pará, os Estados de Piauí e Maranhão. E conta com uma extensão de 1.811 quilômetros. Passa por grandes centros urbanos, como Fortaleza e Teresina, e liga regiões com uma forte movimentação econômica, como o Sudeste do Pará ao restante do Brasil. Porém, há diversos trechos com uma péssima conservação e muitos buracos.

04 – BR-174
Manaus (AM), Boa Vista (RR) e Pacaraíma (RR)
A BR-174 (também conhecida por Manaus-Boa Vista) interliga os Estados de Roraima e Amazonas à Venezuela, num total de 974 quilômetros. Única ligação de Roraima com o resto do Brasil, é também a maior e principal rodovia desse Estado da Região Norte. Sua construção começou durante a ditadura militar, na década de 60, porém só foi concluída em 1998. Em seus quase mil quilômetros, a estrada cruza regiões de Floresta Amazônica, cerrado e grandes campos agrícolas. Apesar de sua importância turística e econômica, a via sofre com problemas de infraestrutura como a falta de manutenção de seu pavimento.

05 – BR-163, PR-163/BR-163, PR-182/BR-163, PR-582/BR-163
Barracão (PR) a Cascavel (PR)
O trecho entre os municípios paranaenses tem 190 quilômetros, passando por entroncamentos entre estradas estaduais e federais, marcados por asfalto em péssima conservação e ausência de uma boa sinalização. A importância deste corredor se deve à sua localização, que está em um ponto estratégico do Mercosul, o Mercado Comum do continente sul-americano. Barracão, no sudoeste do Paraná, faz uma “tríplice fronteira”, ao dividir seus limites com as cidades de Dionísio Cerqueira (Santa Catarina) e Bernardo de Irigoyen (Argentina).

06 – BR-163, BR-364 e MT-320
Alta Floresta (MT) a Cuiabá (MT)
Dentro do Mato Grosso, a distância entre Alta Floresta e a capital mato-grossense é de 774 quilômetros. No coração do Estado movido pela agroindústria, a estrada que serve como corredor para o transporte rodoviário é marcada por trechos esburacados e falta de sinalização horizontal e vertical.

07 – BR-010, DF-345/BR-010, GO-118, GO-118/BR-010, TO-010, TO-050, TO-050/BR-010 e TO-342
Brasília (DF) a Palmas (TO)
A BR-010 (também conhecida popularmente como Rodovia Belém-Brasília) tem seu ponto inicial na cidade de Brasília (DF), e o final em Belém (PA). Em Goiás, a BR-010 é o principal acesso rodoviário à região de ecoturismo da Chapada dos Veadeiros. No percurso entre Brasília (DF) e Palmas (TO), a BR-010 é complementada pelas rodovias GO-118 e TO-050 (Rodovia Coluna Prestes), já que o trecho entre Teresina de Goiás (GO) e Paranã (TO) ainda não chegou a ter sido construído. A BR-010 possui diversos trechos sem pavimentação ou ainda por construir, principalmente no Tocantins.

08 – BR-222, PA-150, PA-151, PA-252, PA-287, PA-447, PA-475, PA-483 e TO-336
Belém (PA) a Guaraí (TO)
Um dos destaques desse corredor é o trecho que passa pela estadual PA-150, que tem 51 pontes e foi construída para facilitar o escoamento da produção do sul, sudeste e nordeste do Pará, através do porto de Vila do Conde. Apesar de ligar a região central do Brasil a um dos principais portos do País – o de Belém –, a pista não é bem conservada e apresenta diversos desafios (leia-se buracos) para os transportadores rodoviários.

09 – BA-460, BA-460/BR-242, TO-040 e TO-280
Natividade (TO) a Barreiras (BA)
A BR-242 é uma rodovia que se estende da Bahia, passa por Tocantins e chega até o Estado do Mato Grosso (no município de Sorriso). A rodovia possui muitos trechos sem pavimentação ou ainda por construir, principalmente no Tocantins. No Estado da Bahia, a BR-242 é a principal via de acesso à região da Chapada Diamantina. Há em seu trecho algumas travessias fluviais, como a do Rio São Francisco, em Ibotirama (BA). No Tocantins, a BR-242 atravessa a Ilha do Bananal, num trecho conhecido como Transbananal, onde cruza a Terra Indígena Parque do Araguaia e torna-se uma simples estrada em leito natural (sem o revestimento primário ou aterro), ficando completamente intransitável durante o período de chuvas.

10 – GO-174
Rio Verde (GO) a Iporá (GO)
Considerada a pior estrada avaliada na Pesquisa CNT, a GO-174 é uma rodovia estadual com ponto de partida em Rio Verde e final em Montes Claros de Goiás. No trecho pesquisado, de 167 quilômetros, repetem-se os problemas de buracos e falta de asfalto e sinalização. Em um trecho de 35 quilômetros, cerca de 25 (71%) estão com a pavimentação em péssimo estado de conservação.
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