Durante a Fenatran 2013, uma série de novidades para o transportes de cargas indivisíveis foi apresentada. Scania, Volvo e Mercedes-Benz expuseram ao público modelos com capacidade de tracionar 250 toneladas. No entanto, a marca alemã foi a única que possuía em seu estande um veículo com comprador certo. A cabine do Actros 4160 SLT 8×8 estava adesivada com a logomarca da Megatranz, transportadora especializada no segmento de super pesados, como cargas indivisíveis.
No 19º Salão Internacional de Transporte, o Brasil Caminhoneiro teve a oportunidade de conversar com Henrique Zuppardo, presidente da Megatranz, que revelou detalhes interessantes dos bastidores da negociação com a Mercedes-Benz para trazer ao Brasil o modelo especial do Actros. De acordo com o executivo, esse transporte, tão repleto de particularidades, necessita há tempos de novos veículos rodando pelas estradas do Brasil.
Um dos grandes entraves para a chegada de produtos como este ao Brasil são os altos impostos da importação, e como este segmento se trata de um mercado muito restrito, não há planos em trazer para o País a fabricação de modelos como o Actros 4160 SLT. “Estamos solicitando ao governo uma diminuição dos impostos para incentivar a compra e torna-la factível para todas as transportadoras”, explicou. Outro fator interessante desta negociação é a capacidade de tração. As 250 toneladas tracionadas divulgadas pelas empresas é na realidade fruto da legislação vigente, porém apenas um caminhão destes apresentados na Fenatran por Mercedes-Benz, Scania e Volvo é capaz de levar cargas super pesadas que atualmente são transportadas por dois ou três caminhões mais antigos, que dividem entre si o peso de peças de mais de 300 toneladas.
“Acho que vamos conseguir uma tração muito maior do que as normas europeias exigem para este caminhão. Aqui talvez possamos conseguir uma tração bem acima das 250 toneladas. Ele (o Actros 4160 SLT) tem capacidade para isso. As restrições serão definidas nas próximas semanas, e a Mercedes-Benz está correndo atrás disso para nós”, relatou em tom otimista o presidente da Megatranz.
A frota da Megatranz atualmente possui modelos da época da construção de Itaipu, no início dos anos 80. Esse fator preocupa Zuppardo. “Se você conversar com quem nos ajuda nesse transporte, e DER, o DNIT, verá que esses caminhões quebram muito. Outro dia um pegou fogo. Um caminhão com 30 anos de vida útil, sempre trabalhando na capacidade máxima, não há o que fazer”, revelou o transportador.
FONTE: Brasil Caminhoneiro