Facchini

Caminhões: Volvo e Scania avançam mais

Volvo e Scania foram as que mais avançaram no mercado brasileiro de caminhões que teve o crescimento de 11% no ano passado aproveitado de maneira bastante desigual. Das 10 marcas mais vendidas, cinco registraram expansão e outras cinco, queda. E só três ganharam market share, o resto perdeu. Na parte de cima do ranking, as duas maiores fabricantes, MAN/VW e Mercedes-Benz, que tradicionalmente dividem em partes similares mais da metade do mercado, tiveram sua dominância reduzida de 54,6% para 51,1% entre 2012 e 2013. Mas os negócios continuaram concentrados em apenas seis marcas, que juntas têm quase 98% das vendas – todas as demais detêm menos de 0,5% cada.
O grande vetor de crescimento em 2013 foi o agronegócio, com safra recorde que catapultou em 34,5% as vendas de caminhões pesados, especialmente para o transporte de grãos. Os negócios tiveram o amparo do financiamento barato do Finame PSI/BNDES, com taxa que era de 4% ao ano até o fim do ano passado. Esse cenário ajudou as duas marca suecas do setor, especialistas no segmento. Com isso, a Scania foi a que mais ganhou participação de mercado, quase cinco pontos porcentuais, fechando o ano com market share de 12,75%, na quinta posição do ranking, e o maior crescimento das vendas entre as grandes, em expressiva alta de 77,8%.
Pelos mesmos motivos, a Volvo teve o segundo melhor desempenho em 2013: ganhou dois pontos de participação de mercado, que subiu para 13,41%, e assim terminou o ano pela primeira vez em sua história no País na terceira posição do ranking, ultrapassando a Ford. Também anotou uma elástica expansão das vendas, que avançaram 30,5% na comparação com 2012.
Com sua ampla linha totalmente renovada, a Mercedes-Benz também aproveitou as oportunidades do mercado em 2013, incluindo o segmento de pesados, e assim se manteve na segunda posição do ranking. Suas vendas cresceram 10%, um pouco abaixo da média geral, mas a marca não conseguiu recuperar participação de mercado, que ficou praticamente estável em 24,68%, e pequeno recuo de 0,23 ponto em relação a 2012.
A Iveco, também com linha completa em todos os segmentos, cresceu absolutamente em linha com a média de mercado, anotando expansão das vendas de quase 11%. Assim não saiu do lugar: continuou na sexta colocação do ranking com participação de 7,44%, estável em relação ao ano anterior.
Para fechar o grupo que terminou 2013 no campo positivo, o maior crescimento porcentual de vendas do ano, de 125%, foi anotado pela Hyundai, com apenas 299 unidades vendidas de um produto, o leve HD fabricado ainda em 2011 pelo Grupo Caoa em Anápolis (GO). Isso mesmo, a Caoa paralisou a produção do caminhão em 2012 porque tinha estoque suficiente nas concessionárias de veículos montados um ano antes, com motorização Euro 3, e assim passou a vender o modelo com desconto nesse período. Isso gerou o avanço relativo expressivo dos emplacamentos da marca, mas sua posição no ranking continua inexpressiva, em décimo lugar, com participação menor de 0,2%. 
DESEMPENHO NEGATIVO
Entre as marcas de caminhões que perderam terreno e registraram declínio das vendas em 2013, o maior tombo está no topo do ranking. A líder MAN/VW teve pequena queda de 1,4% nos emplacamentos, mas foi a que mais perdeu participação no ano, com recuo de 3,35 pontos porcentuais, reduzindo para 26,42% seu market share. A marca perdeu vendas em dois de seus mais importantes segmentos, de leves e semipesados, e ainda tem pouca penetração entre os pesados, justamente a fatia que mais cresceu. 
Por motivo parecido a Ford não conseguiu aproveitar o crescimento do mercado de caminhões em nenhum dos segmentos que participa. Na média geral anotou recuo de 6,3% nas vendas em 2013 e teve a segunda maior perda de participação, de 2,45 pontos, para 13,21%, o que fez a marca ficar em quarto lugar no ranking, cedendo sua tradicional terceira posição para a Volvo. Assim como a MAN, a falta de participação maior no segmento de pesados puxou o desempenho para baixo – o primeiro extrapesado da Ford só foi lançado no segundo semestre. 
Embora com participação ainda pequena, de 0,33%, e apenas dois produtos à venda, a International conseguiu subir da nona posição do ranking em 2012 para a sétima em 2013. Mas as vendas caíram 2,9%. 
Mantendo sua oitava posição no ranking, a gaúcha Agrale amargou em 2013 a maior queda porcentual de vendas entre as 10 marcas mais procuradas no País. O tombo foi de 16%. Participando apenas dos segmentos de leves, médios e semipesados com poucos produtos, a marca teve até uma pequena redução de participação, de 0,38% para 0,29%. 
A JMC, marca chinesa de caminhões semileves (do fabricante Jiangling) importada para o Brasil pelo Grupo Effa, é a única estrangeira que ainda figura no ranking das 10 primeiras. Em 2013, conseguiu até subir da décima para a nona posição, mas sua participação é extremamente pequena, apenas 0,26%, um pequeno recuo sobre o 0,34% de 2012. Isso porque no ano passado as vendas declinaram 14,7%. 
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