A importância do transporte rodoviário de cargas para a economia é incontestável. Segundo dados da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), mais de 60% das cargas movimentadas no Brasil viajam de caminhão. O setor se transforma constantemente de acordo com o cenário político e econômico e, o que começou como uma atividade simples de transportar produtos de um ponto ao outro, é hoje um negócio complexo, que exige profissionalismo de todos os envolvidos no processo. Com questões como sustentabilidade, economia e segurança em pauta, a operação logística é um desafio encarado no dia a dia por empresários e motoristas autônomos.
A Transportes Cavalinho, de Vacaria (RS), completou 60 anos de mercado em 2012. Paulo Ossani, o proprietário, fala sobre o que mudou ao longo de todo este tempo: "Ser transportador dos anos 60 até o início dos 80 consistia em trabalhar, quanto mais se trabalhava, mais dinheiro se ganhava. Fazer isso era ser um herói que atravessava o Brasil", comenta. Hoje, com o aumento da concorrência, aumentaram também as exigências dos clientes. "Não basta mais apenas trabalhar, é preciso fazer contas. Na planilha de custos não a lugar para ineficiência".
As preocupações de Ossani incluem consumo de combustível, desempenho, tempo de viagem, manutenção e especificação dos veículos da frota.
O perfil e as condições de trabalho do condutor também mudaram ao longo dos anos. Jean Marcelo Moreira da Silva, motorista da Martin Brower, de São Paulo (SP), e finalista da última edição do Melhor Motorista de Caminhão do Brasil, acredita que o cenário melhorou. "Sofri e aprendi muito dirigindo caminhão antigo, mas tinha que me virar; se desse problema no caminhão no meio do mato não tinha ninguém para socorrer." Com os avanços tecnológicos dos veículos, o mercado globalizado e a expansão da economia, ele acredita que o transporte passou por uma revolução, que demandou mudanças de postura a todos os envolvidos. "Isso exigiu adaptação dos transportadores e evolução dos motoristas. O título de "bruto" ficou no passado, hoje somos protagonistas responsáveis pelo sucesso da atividade, e quem não pensa em qualificação profissional tem dificuldade de sobreviver no mercado".
FONTE: Revista Scania Rei da Estrada