A infraestrutura rodoviária dos Campos Gerais está recebendo 3,8 mil caminhões todos os dias, somente devido ao transporte de milho e soja – com origem no Paraná, Paraguai, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul – segundo informações da concessionária CCR RodoNorte. Com grande parte deste volume já vendido, o escoamento dos grãos já foi iniciado e está utilizando especialmente o sistema logístico oferecido pelo Anel de Integração do Paraná, em direção ao Porto de Paranaguá e às agroindústrias dos Campos Gerais.
Embora boa parte deste fluxo siga diretamente para os portos, a presença do grande complexo de transformação de soja em Ponta Grossa, que abriga diversas indústrias do agronegócio, também é responsável pela alta demanda pelas rodovias da região, segundo o setor de Planejamento de Tráfego da CCR RodoNorte. “Nem todo este volume de carga segue in natura para os portos de Paranaguá e São Francisco do Sul. Grande parte destes caminhões está trazendo a produção para beneficiamento da forte agroindústria da região, que transforma o soja em óleo e farelo, retornando ao interior”, explica Arrison Szesz, do Planejamento da concessionária.
Ainda segundo a empresa que cuida das rodovias, graças aos avanços tecnológicos assimilados pelos produtores rurais, a produtividade no campo aumentou a ponto de que, hoje, as rodovias são utilizadas o ano inteiro para transporte da safra. “A safra hoje não é mais uma época isolada, ela ocorre ao longo do ano, especialmente com o aumento da produtividade do milho. A entressafra, que há cinco anos costumava ocorrer de junho a setembro, não existe mais. O uso que o campo faz das rodovias para o escoamento das suas riquezas é uma boa prova disso”, observa o gestor de Atendimento da empresa, Élvio Torres.
Somada à alta da produtividade de grãos do Brasil, que aumentou em 65 milhões de toneladas em cinco anos, está a alta do mercado do milho, que encontrou no Brasil espaço para suprir a alta demanda da Europa e quebra nos Estados Unidos, país que reduziu sua exportação e passou a racionalizar o produto. “Este é o chamado milho Safrinha, plantado logo após a colheita do soja e que tinha uma importância menor há pouco tempo. Hoje ele representa sozinho uma safra inteira, acabando com o que antes chamávamos de entressafra. Isso não existe mais”, aponta Arrison Szesz.
Melhorias nas rodovias
O fluxo pesado da safra – um caminhão de 9 eixos leva até 74 toneladas – exige manutenção permanente para deixar as rodovias em ótimas condições, garantindo a segurança logística necessária aos produtores e agroindústria. Desta forma, diversas melhorias logísticas estão em andamento a curto, médio e longo prazo na região. Está prevista para junho próximo a conclusão do Contorno de Campo Largo, na BR 277, agilizando o escoamento em direção ao Porto de Paranaguá – são 11 quilômetros de nova rodovia, sem interferência de lombadas e semáforos. Também já foram iniciadas as obras de Duplicação da BR 376, sentido Norte do Paraná. O trecho até Apucarana será duplicado em mais 231 quilômetros. Além destas obras, a CCR RodoNorte está recuperando o pavimento em vários pontos da BR 277, entre São Luiz do Purunã e Curitiba, que passou por deterioração devido ao fluxo pesado.
FONTE: Paraná Shop