A fabricante de máquinas e equipamentos de construção Volvo Construction Equipment registrou uma queda no número de unidades vendidas no Brasil no ano passado, mas elevou sua participação de mercado nas principais linhas em que atua, de caminhões articulados, escavadeiras, carregadeiras e minicarregadeiras.
A empresa anunciou nesta terça-feira seus resultados, que mostram a comercialização de 2.654 unidades no Brasil em 2013, queda de 8% em relação ao ano anterior. O volume correspondeu por 71% das vendas da companhia na America Latina no ano passado.
O mercado brasileiro, no total, cresceu 14,5% em 2013, para 30,1 mil maquinas, ante 26,1 mil no ano anterior. Mas o aumento foi puxado principalmente pelas compras feitas pelo Ministério de Desenvolvimento Agrário (MDA), para seu programa de distribuição de retroescavadeiras, pás carregadeiras e motoniveladoras para cidades pequenas.
Segundo Afrânio Chueire, presidente da Volvo Construction Equipment Latin America, a companhia não participou das licitações do MDA, que envolviam a compra de máquinas mais leves e com configurações mais simples do que as comercializadas pela Volvo. “Fornecemos apenas um lote de 24 carregadeiras”, disse o executivo, lembrando que o MDA foi o maior cliente do mercado brasileiro de máquinas em 2013, com 11,5 mil unidades.
Apesar de ter ficado de fora do crescimento impulsionado pelo MDA em alguns segmentos, a Volvo elevou sua participação na maioria dos nichos em que atua, segundo o executivo.
No segmento de carregadeiras, a participação da companhia passou de 10,3% em 2012 para 11,8% em 2013. As suas vendas de escavadeiras, por sua vez, levaram a uma participação de mercado de 12,8% no país, ante 10,9% no ano anterior.
Chueire também citou como um resultado importante seu crescimento na linha de caminhões articulados. A participação da empresa passou de 29% para 44,3% no Brasil.
No segmento de retroescavadeiras e minicarregadeiras (“utility range”), a Volvo teve participação de mercado de 5,2% no ano passado, ante os 4,8% do exercício anterior. As minicarregadeiras Volvo alcançaram uma participação de 11% no mercado doméstico, ante os 7,2% registrados em 2012. A exceção foi o segmento de retroescavadeiras, em que a Volvo teve uma pequena queda de participação, passando para 3,8% do mercado, frente a 4% no ano anterior.
Construção e mineração
Os setores de construção e mineração foram os principais responsáveis pelos negócios da companhia no Brasil, que tem sede em Curitiba e fábrica em Pederneiras (SP). Segundo a Volvo, 82% de suas vendas no mercado brasileiro em 2013 estiveram relacionados a essas duas áreas. “Ainda há muito o que fazer na área de construção no Brasil e nos demais países da América Latina. É um setor com um grande potencial”, diz.
Nas Américas, o grupo Volvo também fabrica máquinas para construção nos Estados Unidos, onde possui um complexo industrial. Anteriormente, fabricava retroescavadeiras em uma unidade de produção de ônibus no México, mas acaba de trazer essa linha de produção para o Brasil. “Iniciaremos em março a produção das primeiras retroescavadeiras dessa linha no país, aproveitando o bom momento do mercado brasileiro”, afirmou Chueire.
Rodoviário
O executivo se diz otimista com o mercado brasileiro. Apesar de esperar um ano de 2014 estável, vê potencial de crescimento nos mercados de máquinas para construção rodoviária, para obras de mobilidade urbana e para mineração nos próximos anos.
Neste ano, os planos da empresa são de fortalecer sua área de equipamentos para construção rodoviária. Segundo Chueire, a companhia vai lançar dois modelos de vibroacabadoras, um compactador de asfalto com dois cilindros e um compactador pneumático. Também planeja elevar suas vendas da linha de motoniveladoras que podem ser operadas com joystick.
No mercado de compactos, a empresa começa a vender no Brasil escavadeiras que podem trabalhar em espaços restritos e rodar em vias públicas sem a necessidade de transporte adicional.
No segmento de mineração, passa a vender também os caminhões articulados e rígidos da Terex, que foi adquirida pela Volvo no fim do ano passado. “Enxergamos um crescimento da atividade de mineração a partir de 2015 no mundo, inclusive na América Latina”, afirmou.
Em toda a América Latina, a Volvo vendeu 3.751 unidades em 2013, considerando todas as categorias de máquinas, 11% a menos que as 4.244 máquinas registradas no ano anterior.
FONTE: Valor Econômico