A Pesquisa Mensal da Indústria - Produção Física (PIM-PF), revela que produção de caminhões prossegue em ritmo acelerado neste início de 2014. O estudo foi divulgado nesta semana pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A produção cresceu 8,7% em janeiro, comparada a igual mês do ano passado, mesmo após um avanço vertiginoso de 43% em 2013, segundo dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
O crescimento acontece em meio a uma indústria que, na média, caiu 2,4%, comparando os meses de janeiro de 2013 e 2014, e a uma queda do setor automotivo - que em 2013 ajudou a segurar a economia - de 18,2%. Em janeiro, pesou contra o setor automotivo o fim do programa de desonerações tributárias e da política de facilitação de crédito aos consumidores. Esse é um dos motivos, segundo o IBGE, que explicam a queda de 5,4% da produção de bens de consumo duráveis em janeiro, comparado a igual mês do ano anterior.
Já os caminhões continuam a ser lançados aos montes nas estradas brasileiras. São 2,5 milhões ao todo. Um grande volume foi produzido para atender às regras de consumo de um combustível menos poluente, válidas desde o ano passado, e também para transportar a safra agrícola recorde de 2013. Para o presidente da Anfavea, Luiz Moan, o setor ainda tem espaço suficiente para continuar crescendo ao longo de 2014. Em sua opinião, se em 2013 o agronegócio foi o responsável pela maior demanda, neste ano será a vez do setor de construção.
"As licitações que ocorreram em 2013 darão um novo fôlego ao setor de infraestrutura do país, que vai demandar esses veículos para iniciar as obras licitadas", afirma. Ainda assim, diz ele, o agronegócio manterá uma parcela de participação expressiva na compra de veículos pesados.
Para o economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Carlos Thadeu de Freitas, "a demanda de caminhões só vai se esgotar quando esgotado o mercado de trabalho, porque a população demanda o comércio, que utiliza os caminhões no transporte de mercadorias".
Professor de Economia da Trevisan Escola de Negócios, Alcides Leite concorda que as licitações realizadas ao longo de 2013 ajudarão na produção de caminhões, mas ressalta que não serão suficientes para assegurar o desempenho de todo setor industrial ao longo do ano. "A produção industrial depende de outros segmentos que estão diretamente ligados à queda do consumo, ao esgotamento do crédito farto e ao alto endividamento das famílias", afirma Leite.
Ele lembra ainda que os dados de janeiro são resultado de pedidos antecipados que só agora estão sendo entregues e devem ainda se repetir nos próximos meses. Além disso, ele acredita também que a política de incentivo para o setor, por meio do BNDES PSI Bens de Capital, continua atraente, com a política de juros subsidiados, o que torna a produção de caminhões e máquinas agrícolas ainda promissora.
FONTE: O Carreteiro