Estimulada pela lei estadual de desmanche, sancionada em janeiro e que passa a vigorar em junho deste ano a JR Diesel, especializada na reciclagem de caminhões, estima aumentar em 20% sua receita de 2014 e desmontar cerca de 1,5 mil veículos. No ano passado, a empresa faturou R$ 50 milhões com a desmontagem de 900 unidades.
“A sanção da lei serve como um divisor de águas para um mercado que conta com cenário promissor e ainda tem muita quilometragem para rodar no Brasil”, pondera Arthur Rufino, diretor de marketing e desenvolvimento da JR Diesel.
Além da lei do desmanche, o programa nacional de renovação de frota, que está nas mãos do governo (leia aqui) pode alavancar ainda mais as projeções para o ano, segundo a empresa, caso seja permitida a desmontagem para reaproveitamento de peças. No processo adotado pela empresa para a desmontagem dos caminhões, 85% das peças são encaminhadas para reutilização, 10% vão para a reciclagem e os 5% restantes são descartados.
“Temos planos ambiciosos de expansão de estrutura para atender até 10 mil veículos por ano, apenas para atender parte do programa, dez vezes acima do que praticamos. Se não for permitido o reaproveitamento de peças, não temos interesse em participar do programa”, ressalta Rufino.
Apesar de ainda não haver definições sobre o programa, a empresa já se prepara para um iminente aumento de demanda. O executivo conta que está em processo de introdução de melhorias na unidade localizada na divisa entre São Paulo e Osasco, não apenas para aumento de capacidade de 1 mil para 2,5 mil caminhões ao ano, mas também para adequações relacionadas à nova lei que regulamenta o setor. “Em cinco anos a expectativa é para 5 mil veículos ao ano”, estima.
CONTROLE
Para desmontar um caminhão, a JR Diesel desenvolveu minucioso processo de análise, a partir de rigorosos padrões de qualidade com aval da Polícia Civil. “Todas as peças são identificadas no momento da chegada do caminhão para desmontagem. Para isso, foi feito investimento pesado em tecnologia para o desenvolvimento de equipamentos de ponta e de sistema de rastreabilidade das peças, identificando a procedência do veículo de origem junto ao Detran, até seu destino após a venda”, completa Arthur.
Mais de 95% dos veículos desmontados pela empresa são adquiridos em leilões oficiais de bancos e seguradoras. A grande parte é de caminhões sucateados, envolvidos em acidentes com terceiros, mas há também os veículos de operações severas, como os de coleta de lixo e extração de minério. Outra pequena parte é comprada diretamente de frotistas, com pagamento de até 30% do valor da tabela.
De acordo com dados fornecidos pela própria empresa, estima-se a existência de mais de 1,5 milhão de veículos sem condições de circulação nos pátios do Detran (Departamento de Trânsito), 50% da frota atual circulante está próxima da necessidade da reciclagem e o número de veículos parados, sem condições de rodagem, beira os 16 milhões.
FONTE: Automotive Business