A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), em parceria com a Confederação Nacional do Transporte (CNT), é uma das entidades que apoiam a criação de um Plano Nacional de Renovação da Frota de Caminhões. O objetivo é retirar de circulação milhares de veículos pesados antigos que rodam pelas estradas e aumentam o risco de acidentes, além de serem mais poluentes.
Estimativas da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) apontam que mais de 230 mil caminhões, com idade superior a 30 anos, circulam no Brasil. No final do ano passado, a Anfavea e a CNT, com apoio de outras instituições, entregaram ao governo federal uma proposta para ajudar os motoristas autônomos durante a compra de um caminhão novo.
Nesta entrevista exclusiva à Agência CNT de Notícias, o presidente da Anfavea, Luiz Moan, comenta a parceria com a CNT no projeto. Ele também antecipa as expectativas dos fabricantes de veículos em 2014 e fala sobre os desafios que o país precisa enfrentar para não registrar queda nas vendas de veículos e continuar em crescimento.
Porque a Anfavea decidiu apoiar esta bandeira?
Este é um tema que consideramos absolutamente crucial. Não apenas por causa das vendas do setor automotivo, mas porque estamos preocupados em promover mais segurança, eficiência energética, além de proporcionar um custo operacional menor aos motoristas.
Qual a importância da parceria com a CNT neste projeto?
A parceria com a CNT é fundamental. Quando iniciamos o contato com a entidade, rapidamente conseguimos agregar outras instituições representativas do transporte em torno do projeto de renovação da frota. Outro ponto importante no trabalho da CNT é o treinamento de formação e qualificação dos motoristas realizado pelo Sest Senat.
A Anfavea comemorou, este ano, as maiores vendas em janeiro, desde a fundação da entidade. Como estão as expectativas até o fim de 2014?
São positivas, sem dúvida. Temos uma expectativa de vendas crescentes para este ano. Em termos de produção, falando de uma estimativa geral, incluindo os veículos e comerciais leves, o crescimento projetado é de 1,4%. No segmento de caminhões e veículos pesados, esperamos um aumento mais significativo, em torno de 5%.
Em relação aos veículos pesados, porque as expectativas são mais otimistas?
Primeiro, elas são atribuídas ao Programa de Sustentação do Investimento (PSI), que continua válido até dezembro deste ano com taxas de juros consideradas bastante atrativas. Especificamente em relação aos caminhões, as vendas também devem crescer em razão do desenvolvimento do agronegócio e por causa dos novos leilões de infraestrutura do governo federal.
A Anfavea discutiu com o governo, no final de 2013, a obrigatoriedade da instalação de airbags e freio ABS nos veículos. A obrigação foi mantida e a indústria se comprometeu a não demitir funcionários. Essa expectativa se mantém?
Sim, a expectativa continua normal. Não deve haver demissões e nossa estimativa é crescer, ao todo, 1,2% em relação ao ano de 2013.
O Brasil é o quarto maior mercado do mundo de automóveis. Quais desafios precisam ser superados para manter o país na rota de crescimento?
Um dos principais desafios para aumentar as vendas é que pudéssemos contar com o leasing como ferramenta de financiamento. Já tivemos 43% de participação de leasing no financiamento de veículos, mas agora estamos em apenas 2%. Outro fator: para conseguirmos um melhor nível de competitividade também é preciso diminuir os custos de produção.
No Salão Internacional do Transporte – Fenatran 2013 -, promovido em outubro passado, em São Paulo, as grandes montadoras demonstraram grande confiança no mercado brasileiro. Elas confiam no potencial do país?
Sim, sem dúvida, as grandes montadoras confiam em nosso mercado. De 2013 a 2017, por exemplo, temos R$ 75,8 bilhões de investimentos internacionais previstos no mercado brasileiro de automóveis e caminhões.
FONTE: Na Boléia
FONTE: Na Boléia