Mesmo a ferrovia tendo retirado milhares de caminhões das estradas que vão de Mato Grosso até o porto de Santos, dentro do Estado, o transtorno nas rodovias ainda é grave devido às condições do asfalto e da falta de duplicação, principalmente próximo aos terminais, sendo o mais movimentado o de Rondonópolis. Mesmo com o sistema de agendamento para descarregamento criado pela América Latina Logística (ALL), empresa que gerencia os terminais, ocasionalmente ainda há filas de carretas no caminho, o que é um contratempo para os caminhoneiros e para a população em geral que usa as estradas. Mas para o prefeito de Rondonópolis, Percival Muniz (PPS), o maior problema é para o município.
Como não há um contorno ou desvio, as carretas passam dentro de Rondonópolis. Percival conta que uma rodovia federal atravessa o caminho e grande parte da população mora do outro lado da estrada. “E é muito complicado atravessar uma BR a pé. Todos os dias têm acidentes ali, atropelamentos. A mortandade que isso traz é muito grande”, conta.
Segundo o prefeito, o governo colocou uma faixa de pedestres, mas isso só piorou a situação porque o pedestre se sente seguro para atravessar, mas o caminhoneiro não consegue frear rápido a carreta.
Para piorar ainda mais a situação, o local é a convergência de três rodovias, (BRs 163, 070 e a 364), e único acesso ao terminal da ALL, o que deixa o trânsito na região caótico. Para Percival, a solução do problema seria a construção do Contorno Sul, que desvia o caminho das BRs para fora do perímetro urbano e complementa o anel viário. “Acaba com o engarrafamento e com as mortes”.
Mesmo antes da inauguração do terminal ferroviário da ALL em outubro, o prefeito já lutava pelo Contorno Sul, pois é algo que Rondonópolis precisa há muito tempo. Segundo ele, a viabilização do terminal transformou a situação que já era ruim em caos, já que 80% do movimento que ia para Alto Araguaia veio à terceira maior cidade do Estado. "E foi isso que convenceu o Ministério dos Transportes da necessidade urgente dessa construção”, destaca. Percival conta que, em outubro na inauguração da ALL, o município, conseguiu da presidente Dilma Rousseff (PT) a promessa de que o Contorno Sul seria feito.
Terminal
O terminal da ALL em Rondonópolis é o maior e mais rentável da América Latina. Com capacidade estática de 60 mil toneladas, ele gira mais do que a sua capacidade diariamente. Podendo atender até 1.200 caminhões de soja, ele tem a opção do armazenamento da produção e do escoamento pelos vagões do trem.
FONTE: Cenário MT