Praticamente todo o material consumido e produzido em Mato Grosso do Sul é transportado na carroceria de um caminhão. Desde itens mais básicos de consumo aos automóveis e eletrodomésticos, por exemplo, comprados em nossa região, tudo chega pelas estradas.
A produção do Estado, que gira em torno da agroindústria, também precisa de estradas e portos para chegar ao destino final. Além de todos os problemas já enfrentados pelo segmento dos transporte de cargas, como estradas mal conservadas, pontos de apoio ao motorista precários, falta de motoristas, portos com capacidade exaurida para receber cargas, o que já acarreta alta no custo do frete, os pedágios que serão cobrados nas rodovias federais e estaduais que cortam Mato Grosso do Sul vão criar mais prejuízos ao setor.
Os valores anunciados chegam a R$ 5,40 por eixo em trechos da BR-163, estrada que dá acesso a Mato Grosso e Paraná. “Esse valor é mais que o dobro do que será cobrado em Mato Grosso. Sabemos da importância da privatização, que pode trazer maior rapidez e segurança no transporte, mas, os valores cobrados mais uma vez penalizam os produtores de nosso Estado”, comenta Cláudio Cavol presidente do Sindicato das Empresas de Transporte e Logística de Mato Grosso do Sul (SetLog/MS).
Outro problema levantado pelo sindicato é a cobrança nas estradas estaduais, que atingirão os pequenos produtores. “Quem precisar trazer de sua propriedade alimentos produzidos nas fazendas e sítos de nosso Estado, também será penalizado com a cobrança dos pedágios nas estradas estaduais. Esse custo certamente terá que ser repassado ao produto final, fazendo com que o consumidor pague mais pelo tomate, pela mandioca e pelas verduras. Nós, consumidores, não podemos ficar inertes diante desse cenário. É necessário uma revisão de valores para não prejudicar ainda mais o produtor, o transportador e também a população que compra desde uma pasta de dente a um automóvel”, argumenta Cavol.
Um levantamento do SetLog-MS aponta que uma carreta saindo de Sonora (MS) pegará mais de R$ 340 de pedágios até o porto de Paranaguá (PR). Em um carregamento de soja, por exemplo, isso significa um acréscimo de quase 9% no custo total do transporte. “Os produtos de nosso Estado tem baixo valor agregado, ao contrario de outros estados, como São Paulo, por exemplo, onde as cargas transportadas são mais valiosas e geram um frete mais alto, justificando a cobrança nas estradas. Pagar um pedágio alto significa maior custo no processo da produção e menor competitividade de nossos produtos”, finaliza Cavol.
Trans Expo Latin América
Nos dias 24 e 25 de maio, o SetLog/MS vai promover a Tran Expo Latin América, uma grande feira que acontece no Pavilhão Albano Franco e trará para Mato Grosso do Sul as mais importantes montadoras de caminhões e implementos do Brasil, numa expsição nunca vista antes na região. Além disso, será uma oportunidade de os empresários do segmento de transporte promoverem reuniões e debates sobre os desafios que estão chegando, como o aumento da produção na região nos próximos anos, a busca por novas rotas de escoamento da produção, principalmente pelo Ocenao Pacífico, a formação de novos motoristas, entre outos temas.
Particparão da feira representantes do Paraguai, Bolívia e Chile, além de empresários de diversos estados do Brasil.
FONTE: A Crítica