Muitas vezes são em pequenos componentes que está a origem para grandes soluções ou grandes problemas. Um caminhão é constituído por milhares de peças e, cada uma precisa ser perfeitamente projetada, testada exastivamente e manufaturada com o melhor material possível, além de ser bem montada no veículo. Se qualquer uma dessas etapas falharem, podem deixar um motorista furioso parado em alguma estrada Brasil afora. Veja o exemplo da Boing, em um segmento extremamente rigoroso com os padrões de segurança como o da aviação, que viu em janeiro os seus 50 recém-lançados aviões 787 proibido de voar até que se descubra e resolva diversos pequenos problemas que havia ocorrido. E onde começou o problema? No projeto? Nos materiais? Na fabricação? Na aplicação?
E, para reduzir esses problemas, a última palavra para melhorar tudo isso é a nanotecnologia ou nanotech. Tratam-se de estruturas de um bilionéssimo de metro a partir da reorgarnização de átomos e moléculas para o desenvolvimento de novos materiais ou componentes, com resultados surpreendendes na engenharia, na medicina, na eletrônica, na física, na química etc.
Para voltarmos ao setor de transporte, o primeiro exemplo de uso de nanotecnologia utilizada em caminhões e ônibus veio da MAN Latin America. Ela é a primeira fabricante brasileira a adotar nanotecnologia em seus coxins de motor. Segundo a empresa, o ganho é de 50% na vida útil do componente e maior absorção das vibrações do motor, resultando em mais conforto para os ocupantes do veículo. A nanotch foi utilizada para aprimorar os compostos de borracha e metal do coxim, promovendo, assim, maior resistência ao componente.
O desenvolvimento foi feito em conjunto com as engenharias da MAN e seu fornecedor Truck Bus. Com a adição de nanocompósitos, a borracha teve sua formulação alterada para resistir melhor à vibração, um fator importante para a vida útil do coxim. Com a reestruturação molecular da borracha, conseguiu-se o aumento de sua resiliência (capacidade de acumular energia sem ocorrer ruptura, deformação ou perda de rendimento). Com isso, a borracha com nanocompósitos apresenta menores níveis de termo-oxidação, fator responsável pela degeneração e perda da vida útil do componente.
Já a estrutura metálica do coxim passa agora por um banho de nanocerâmica, possibilitando maior aderência à borracha. Esse tratamento evita que a borracha se desprenda do metal, ocasionando a perda do coxim e, dependendo das circunstâncias, comprometendo a vida útil de outros componentes.
Conforme Gastão Ranchou, diretor de engenharia da MAN, os novos coxins já são montados na linha Advantech da gama Proconve P7 (Euro 5), da Volkswagen, lançada em meados do ano passado. Outro ganho com a nanotecnologia é o ambiental, pois a otimização dos processos de produção elimina a geração de componentes nocivos ao meio ambiente.
FONTE: Transporte Mundial