A alta quantidade de veículos pesados circulando pela cidade de São Paulo diminuiu gradativamente desde a implantação da restrição na ZMRC, a Zona de Máxima Restrição à Circulação de Caminhões, em junho de 2008. O sistema foi estendido em 2010 a outras importantes vias da capital, como a Marginal Pinheiros, as avenidas dos Bandeirantes, Jornalista Roberto Marinho e algumas ruas e avenidas do bairro do Morumbi.
De acordo com a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego de São Paulo), após a implantação do sistema de restrição, o número de caminhões que transitam pela Marginal Tietê caiu de 210 mil/dia para 190 mil. Os dados compilados consideram o início da operação em 2008 até 05 de março de 2012, data do último levantamento realizado pela CET. Porém, o impacto sobre a lentidão do trânsito não obteve avanços significativos, porque nos horários de restrição os veículos de pequeno porte possuem uma demanda muito maior e apresentam alto nível de saturação.
Em relação à segurança, as medidas envolvem prevenção de acidentes e focam na redução de velocidade dos veículos pesados nas pistas das Marginais Pinheiros e Tietê, além de outras medidas. Em 2011, por exemplo, foi proibida a circulação de veículos que transportam produtos perigosos no Mini-anel viário e também no Centro Expandido, a mesma área onde vigora o rodízio municipal de veículos.
Os acidentes mais frequentes envolvendo caminhões, segundo informações da CET, são as colisões traseiras, responsáveis por 21,6% das ocorrências, seguidas pelas laterais, com 20,1% e as frontais com 16,4% e transversais, 6,8%. Quanto aos choques, os obstáculos mais comuns foram os postes (42%), muros (22,2%), veículos estacionados (15,3%) e árvores (10,2%).
A proposta da restrição ao trânsito de caminhões tem por objetivo organizar o tráfego de veículos pesados dentro da cidade e reduzir as ocorrências de acidentes envolvendo esse tipo de veículo, além de aumentar a mobilidade do transporte público dentro da área urbana.
Porém, a restrição tem incomodado motoristas de caminhão, principalmente pela falta de segurança, com assaltos, conforme alegam, enquanto aguardam nos acostamentos o horário para poderem circular. Leymar Padilha Macedo desabafa sobre a situação e diz que “a lei surgiu para fazer o carreteiro parar, mas ela não nos garante segurança. Aumentou o número de assaltos e também o nosso custo de vida dentro das grandes cidades. Quem elaborou não entende nada sobre caminhões e transporte, foi uma coisa muito mal pensada”, reclama.
O carreteiro Roberto Fava Filho afirma que os problemas de locomoção existentes nas estradas são iguais aos da metrópole. “A dificuldade que se encontram nas estradas e nos centros urbanos é a mesma, porque o motorista pode ser imprudente tanto em uma quanto na outra.” diz. Ele conclui afirmando que “o sistema de restrição deveria ser válido também para os veículos de menor porte, pois os carreteiros transportam todo o abastecimento para as empresas”.
FONTE: Guia do TRC