A MAN, que monta os caminhões da marca Volkswagen em Resende, no sul do Rio de Janeiro, voltou a parar a produção na semana passada, em mais uma medida de adequação ao cenário de queda tanto nas vendas domésticas como nas exportações para a Argentina. Outra parada no parque industrial acontece hoje, na emenda do feriado do Dia do Trabalho. Os dias de paralisação serão compensados futuramente, quando o mercado reagir.
A montadora informa que realizou trabalhos de modernização das instalações industriais durante a parada da última semana. Para administrar o excesso de mão de obra, a MAN afastou temporariamente 200 trabalhadores, suspendendo contratos em regime conhecido como "layoff" - no qual parte do salário é bancada por recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). A empresa oferece ainda uma indenização especial de R$ 4 mil a R$ 5 mil, com manutenção do plano médico por um período de cinco meses, aos operários em "layoff" que preferirem se desligar da montadora.
Com o atraso na divulgação das regras aos financiamentos de bens de capital do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), seguido por lentidão nas aprovações desse crédito, os emplacamentos de caminhões no Brasil caíram 11,3% nos três primeiros meses do ano. Em abril, o mercado emitiu os primeiros sinais de reação, mas todas as montadoras de veículos pesados vêm diminuindo o ritmo porque os estoques chegam a níveis próximos de quatro meses de venda. Fora isso, há preocupação com a quebra na confiança das empresas em relação aos rumos da economia - colocando o mercado em compasso de espera -, além da redução no transporte de cargas industriais.
Instalada em Curitiba (PR), a Volvo foi a última montadora de caminhões a confirmar cortes na produção. Segundo o sindicato dos metalúrgicos da região, a marca pretende antecipar no fim deste mês as férias coletivas na fábrica.
No ABC, a Scania vai dar férias coletivas de duas semanas a partir de 12 de maio, mesma data em que a Mercedes-Benz planeja suspender um dos dois turnos da linha de montagem de caminhões. Na Iveco, de Sete Lagoas (MG), cerca de 500 trabalhadores estão, desde 22 de abril, em férias de um mês.
FONTE: Valor Econômico