“Estamos sem duvida em momento difícil e atípico no mercado de caminhões, por isso está difícil fazer qualquer previsão, mas devemos manter as vendas ainda em média elevada em relação à década passada.” Assim Philipp Shiemer, presidente da Mercedes-Benz Brasil e América Latina, avalia o desempenho atual das vendas de comerciais pesados no País. Na dúvida, ele mantém a projeção de queda em torno de 10% este ano, mas admite que o cenário já melhorou depois que o governo tomou medidas para destravar os financiamentos pelo Finame/PSI, do BNDES. “Não existe mais problema de Finame, agora o que falta é a economia crescer, pois o negócio de caminhões está intimamente atrelado ao avanço do PIB”, destaca o executivo.
Schiemer aposta em um mercado de 135 mil caminhões este ano, o que deixaria a média desde 2010 em 152 mil unidades/ano, o que está bastante adiante da média de 78 mil nos anos 2000 e de 45 mil na década de 1990. “Não é ruim, poderia ser pior, mas está abaixo do potencial de crescimento do Brasil”, avalia.
Apesar da retração jpa praticamente estabelecida para este ano, Schiemer ressalta que há diversos fatores que garantem o crescimento futuro das vendas de caminhões no País. Ele destaca os setores do agronegócio, construção civil, atacadista e varejista como os principais impulsores do mercado nos próximos anos. “Também devemos considerar que a idade da frota brasileira de caminhões é elevada e um dia deveremos ter um plano de renovação”, diz. Segundo calcula o executivo, um programa de renovação poderia aumentar o mercado entre 20 mil e 30 mil unidades/ano.
“Não estamos desanimados, acreditamos que o mercado de caminhões tem potencial elevado aqui. As licitações de portos, aeroportos e estradas devem trazer mais negócios”, afirma. “O governo acertou ao tomar medidas para adequar os financiamentos do Finame. Mas isso vem depois da decisão de compra, e isso só acontece quando a economia cresce. Infelizmente, o País está crescendo abaixo do que precisa”, resume.
Segundo Gilson Mansur, diretor de vendas e marketing da Mercedes-Benz, as vendas já começaram a se aquecer após as medidas que destravaram as concessões do Finame. “Após um primeiro trimestre muito fraco, já houve uma reação este mês. Agora o Finame não é mais desculpara para não vender”, diz.
FONTE: Automotive Business