A montadora de caminhões Mercedes-Benz deve colocar trabalhadores da fábrica de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, em layoffpara dar sobrevida ao emprego de operários que estão com os postos ameaçados. Esse é o caso de quase 700 pessoas que estão em licença remunerada desde 12 de maio, quando a empresa suspendeu um dos dois turnos da produção de caminhões.
A solução já foi acertada com o sindicato dos metalúrgicos da região e depende apenas de algumas definições, como o número de funcionários envolvidos, para ser oficializada, possivelmente, na próxima semana.
Segundo o sindicato local, a partir de julho, todos os operários em licença remunerada devem entrar em layoff, regime no qual os contratos de trabalho são suspensos por até cinco meses. Mas o número ainda não está fechado e pode incluir funcionários de fora desse grupo.
Procurada pelo Valor, a Mercedes informou que o assunto ainda está em negociação.
No período em que vigorar o layoff, os trabalhadores permanecem afastados da produção, passam por cursos de qualificação e têm parte do salário bancada por recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).
A mesma solução foi adotada recentemente por Volkswagen, Peugeot Citroën e MAN, concorrente da Mercedes no mercado de caminhões, para administrar o excesso de mão de obra diante do cenário de queda tanto das vendas domésticas como das exportações para a Argentina.
Na fábrica da Mercedes no ABC, a força de trabalho excedente é estimada em cerca de 2 mil pessoas, o que levou a montadora a também abrir, há dois meses, um programa de demissões voluntárias (PDV). De acordo com estimativas do sindicato, cerca de mil trabalhadores já aderiram ao PDV da Mercedes.
FONTE: Valor Econômico