O economista Luiz Carlos Mendonça de Barros, presidente da Foton no Brasil, afirmou nesta terça-feira, 15, que a crise do setor automotivo no curto prazo não preocupa a montadora chinesa de caminhões, que está construindo uma fábrica em Guaíba, região metropolitana de Porto Alegre, com investimento estimado em R$ 220 milhões.
"Evidente que, quando se faz um investimento como este, pensamos num período de 10 a 15 anos para frente. E a perspectiva é de que a economia brasileira retome o crescimento", disse ao Broadcast, sérviço de notícias em tempo real da Agência Estado, em sua chegada à feira Transposul, na capita gaúcha.
Na semana passada, desembarcaram no Rio Grande do Sul os primeiros caminhões da Foton desenvolvidos para o Brasil. O plano da empresa, acordado com o governo gaúcho, é introduzir os modelos importados no País por meio do Porto de Rio Grande, até a planta nacional ficar pronta.
Mendonça de Barros disse que não se preocupa com as previsões pouco otimistas da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), que recentemente revisou para baixo suas estimativas para 2014.
A entidade agora prevê queda de 10% na produção de veículos e recuo de 5,4% nas vendas.
"O nosso projeto é de longo prazo. A minha fábrica só vai operar em 2016. Nós temos uma estratégia de começar muito devagar", explicou.
"Este ano nós vamos vender 700 caminhões no Brasil; no próximo ano, 1,5 mil. Nesse primeiro momento, serão importados. Quando a fábrica começar a funcionar em Guaíba, em 2016, o cronograma prevê a produção e a venda de 2.200 caminhões. Então sofro menos que o mercado. O duro é quem tem que vender 50 mil ou 60 mil por ano."
A meta de Foton, segundo ele, é comercializar 15 mil caminhões por ano no Brasil num horizonte de oito anos.
Para Mendonça de Barros, o maior desafio da Foton é entrar em um mercado brasileiro tão estruturado e competitivo como é o de caminhões. "Inflação e custo Brasil todas as empresas têm, o problema maior não está aí."
FONTE: Exame