Em 2013, a demanda pelo transporte urbano por ônibus atingiu uma marca negativa histórica: somente no ano passado, 175 milhões de passageiros deixaram de ser transportados na comparação com o ano anterior, o equivalente a 1,4% menos. O número considera cada viagem feita por pessoa. Diariamente, isso representa uma perda de 560 mil usuários por dia. Em 18 anos, a demanda pelo transporte coletivo rodoviário teve queda de 30%. Os dados fazem parte do levantamento anual feito pela NTU (Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos), divulgado nesta sexta-feira (1º). . Diariamente, isso representa uma perda de 560 mil usuários por dia. Em 18 anos, a demanda pelo transporte coletivo rodoviário teve queda de 30%. Os dados fazem parte do levantamento anual feito pela NTU (Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos), divulgado nesta sexta-feira (1º).
Segundo a entidade, entre as razões para a crise por que passa o transporte público está a baixa produtividade do setor. Isso porque, em função do tráfego carregado e dos congestionamentos, a velocidade operacional dos ônibus caiu 50% nos últimos dez anos. Para se ter uma ideia, na cidade de São Paulo, por exemplo, os veículos circulavam a uma velocidade média de 27 km/h uma década atrás. No ano passado, o velocímetro dos ônibus ficava na marca dos 12 km/h, conforme a NTU.
Além disso, o óleo diesel, que responde por 25% dos custos operacionais das empresas, teve aumento de quase 17% entre 2012 e 2013, impactando em até 4% nas tarifas para os usuários.
“Estamos na contramão. Em vez de incentivar o transporte coletivo, trazer mais produtividade, atrair novas demandas, baratear o custo do serviço, nós estamos reduzindo o número de passageiros transportados, aumentando o custo do serviço, a tarifa para o usuário e fazendo com que ele migre para outro tipo de transporte”, diz Otávio da Cunha Filho, presidente da Associação.
Ele explica que esse cenário impacta também na redução da qualidade do serviço ofertado e que a forma de enfrentar essas dificuldades é melhorar a gestão pública na área. “Essa crise está motivada pela falta de investimentos em infraestrutura e pela falta de prioridade dada ao transporte público. Se eu coloco um ônibus muito bom, de excelente qualidade nas vias públicas, ele vai ficar parado no trânsito, causando as mesmas insatisfações”, explica.
A NTU elaborou oito propostas consideradas capazes de solucionar os gargalos que fazem do transporte público por ônibus uma opção cada vez menos utilizada pelos brasileiros. As sugestões apontam, entre outras coisas, a necessidade de elaborar planos diretores e de mobilidade pelos municípios, maiores investimentos em infraestrutura, priorização do transporte coletivo e medidas de subvenção econômica ao serviço.
FONTE: Agência CNT