Mais de duas décadas de espera fizeram os mineiros vibrar com alívio quando a presidente Dilma Rousseff assinou a ordem de serviço que dava início à duplicação de 303 quilômetros da BR-381. Esse trecho, entre Belo Horizonte e Governador Valadares, tem um movimento tão pesado e curvas tão perigosas que faz jus à fama de "Rodovia da Morte". Só nos últimos quatro anos e meio, acidentes provocaram 610 mortes e deixaram 2.488 pessoas feridas em estado grave.
Dois dos 11 lotes da duplicação não conseguiram ser licitados com sucesso pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e há o temor de que, se empreiteiras não forem contratadas logo, a BR-381 ficará com pista simples em um de seus pontos mais críticos: a chegada a Belo Horizonte, justamente onde esse "afunilamento" não deveria acontecer.
As empreiteiras já contratadas têm entre 27 e 39 meses para entregar tudo pronto. O prazo varia de janeiro de 2016 a agosto de 2017. Essa parte está indo bem. A preocupação está nos dois lotes que "micaram". Na última tentativa, as melhores ofertas recebidas pelo Dnit somaram R$ 540 milhões - R$ 330 milhões para um lote e R$ 210 milhões para o outro. Ambos os valores ficaram acima do orçamento-base da autarquia.
Esse trecho, embora tenha apenas 31 quilômetros, é um dos mais complicados de toda a estrada - por isso, tinha até 45 meses de prazo. Algumas áreas precisam ser desapropriadas e a população que ocupou irregularmente as faixas de domínio deverá ser realocada. Ao todo, estima-se que seja necessário realocar 4.000 famílias, quando se inclui o Anel Rodoviário de Belo Horizonte.
FONTE: Frota e Cia