O setor do transporte rodoviário de cargas de Mato Grosso fechará 2014 no vermelho. O frete, mais precisamente do transporte de soja e milho, está 40% menor que o verificado em 2013. Algumas empresas, em especial, as pequenas e média, bem como autônomos, não estão tendo lucro suficiente para pagar os custos, que incluem motorista, financiamento, pneu, manutenção, entre outros. Previsão para 2015 não é animadora.
Hoje, levar se levar uma tonelada de milho de Sorriso para Rondonópolis o frete está saindo a R$ 70. No caso de Lucas do Rio Verde para Rondonópolis R$ 67 e de Lucas do Rio Verde para Araguari (MG) cerca de R$ 127. O frete da tonelada de milho de Nova Mutum para Rondonópolis chegou a ser visto entre R$ 57 e R$ 68 nesta segunda-feira (22). Para longas distâncias o frete do milho chega a ser próximo do ofertado dentro do Estado, a exemplo de Canarana para Uberlândia (MG) a R$ 80.
O frete não está baixo apenas para o milho, a tonelada do cimento, por exemplo, chegou a ter frete ofertado a R$ 100 entre Nobres e Gaúcha do Norte. O caroço de algodão de Sapezal para Itumbiara (GO) chegou a ser visto a R$ 130.
O frete da tonelada da soja de São Felix do Araguaia para Colinas (TO) chegou a ser oferecido a R$ 110 na semana passada o frete. O frete de adubo saindo de Rondonópolis variou de R$ 40 para Deciolândia até R$ 85 para Gaúcha do Norte.
De acordo com o diretor executivo da Associação dos Transportadores de Carga em Mato Grosso (ATC-MT), Miguel Mendes, o setor do transporte de cargas vive uma “crise”. “O frete caiu entre 30% e 40% em relação a 2013. Para 2015 as previsões não são boas. Deveremos seguir em crise”.
O diretor da ATC comenta que a crise no setor do transporte não é apenas em Mato Grosso e sim no país como um todo. Segundo Miguel Mendes, são vários os fatores para a crise vivida no segmento. A desaceleração da economia e da produtividade industrial são dois pontos. Outro é o aumento da frota de caminhões no país motivado pelos benefícios proporcionados pelo governo federal como o Imposto sobre o Produto Industrializado (IPI) estar com alíquota zero para caminhões.
“Além disso, tivemos muitas transportadoras de fora vindo fazer puxe aqui em Mato Grosso. As pequenas e médias empresas e os autônomos são os mais prejudicados. Hoje, o faturamento não fecha a necessidade dos custos que temos. O setor está fechando no vermelho. A situação é muito complexa, pois não se consegue nem pagar a prestação do caminhão”.
FONTE: Guia do TRC