Facchini

Mercedes-Benz Future Truck 2025

Garantir a redução nas emissões de poluentes e alcançar o máximo de segurança possível nas estradas. Essas se tornaram as prioridades de todos os fabricantes de caminhões, confrontados pela rigorosa legislação antipoluição imposta nos países centrais e pelos números assustadores de acidentes registrados nas nações emergentes e periféricas. Mas a Daimler, detentora da marca Mercedes-Benz, parece já ter vislumbrado uma solução para o futuro. Ela se prepara para apresentar no IAA – salão internacional de veículos comerciais que acontece em Hanôver, na Alemanha, entre 25 de setembro e 2 de outubro – o Mercedes-Benz Future Truck 2025. Trata-se de um protótipo de cavalo mecânico capaz de rodar em regime autônomo por rodovias e vias expressas.
O ponto de partida tecnológico do Future Truck 2025 é o Actros 1845. Com 449 cv de potência e 224,3 kgfm de torque máximo, ele é equipado com o câmbio automatizado Mercedes PowerShift 3 de 12 marchas. Com as medidas de otimização da aerodinâmica do protótipo, a fabricante garante reduzir o consumo de combustível em até 5%, mas seu design só será de fato revelado em Hanôver. Por enquanto, os testes feitos nas rodovias alemãs são realizados com uma camuflagem que dificulta a percepção precisa de seu contorno real. O mesmo ocorre com o interior, que circula com uma cobertura aplicada que modifica o cockpit.
Para garantir a condução autônoma, o Future Truck 2025 é recheado de aparatos tecnológicos. Na dianteira inferior, um sensor de radar explora a região de curta e de longa distância à frente do caminhão. Um atinge 70 metros e possui ângulo de abertura de 130°, enquanto o outro chega a 250 m em abertura de 18°. Uma câmara estereoscópica sobre o painel de instrumentos, atrás do parabrisa, monitora a mesma área, com alcance de 100 m e cobertura de 45° na horizontal e 27° na vertical. Essa câmara identifica uma ou duas pistas da estrada, pedestres, obstáculos estáticos ou em movimento e as características da via. As áreas à esquerda e à direita ficam sob a responsabilidade de sensores instalados nas laterais. Eles são montados em ambos os lados, à frente do eixo traseiro da unidade de tração, com alcance de 60 metros e em um raio de 170°.
Todos os sensores estão interconectados em rede e geram uma imagem completa do entorno do caminhão. Com precisão a ponto de reconhecerem o acostamento com a ajuda das linhas delimitadoras. Assim como o traçado da estrada, identificando as bordas da calçada. Eles ficam ativos em todas as marchas, desde que o veículo sai  da inércia até a velocidade máxima autorizada pela lei alemã para os caminhões, que é de de 80 km/h. Com isso, o caminhão se posiciona no centro de sua pista automaticamente. Como uma ajuda extra, o sistema dispõe dos dados de um mapa digital viário em três dimensões. Vários testes já foram feitos em situações reais de tráfego em um dos trechos da rodovia alemã A14.
Ao entrar na estrada, o condutor ocupa a pista da direita e, depois de alcançar a velocidade estabelecida de 80 km/h, o sistema oferece a opção Highway Pilot. É isso que ativa o modo autônomo. Para sua orientação no trânsito não é necessário que haja um veículo à frente, pois o sistema atua com total autonomia graças à interconexão em rede. Quando há um automóvel à frente, o Future Truck 2025 pode se orientar automaticamente por sua velocidade, mantendo a distância de segurança necessária. Ou seja, o motorista pode girar seu assento para uma posição de trabalho ou de descanso sem preocupações. Tanto que a cabine do modelo contará com um console central similar a uma estação de trabalho de um escritório. Além disso, o condutor tem à disposição um tablet removível com tela sensível ao toque para executar outras atividades.
A condução autônoma facilita consideravelmente o trabalho do motorista, especialmente nos trajetos monótonos de longo percurso. Logo, sua adoção por parte das fabricantes tende a resultar em mudanças na própria profissão. Isso porque o condutor passará a ter tempo hábil para, durante uma viagem mais demorada, desempenhar outras ocupações e diminuir o cansaço. Deste modo, além de melhorar a eficiência energética nas estradas e a segurança, essa tecnologia pode reduzir outro problema no setor de transportes de carga, especialmente no Brasil: a falta de pessoas interessadas em trabalhar como motoristas de caminhão.
FONTE: Salão do Carro 
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