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Como vender uma grande frota de usados

Um caminhão parado, mesmo que obsoleto, significa custo. Porém, dar destino à frota envelhecida não é uma tarefa fácil, principalmente para grandes frotistas, e com tantas vantagens para comprar um caminhão novo. Mas como as transportadoras lidam com essa questão? Existe uma empresa que criou um projeto para dar destino aos seus caminhões usados.  
O grupo JSL (Júlio Simões Logística) atualmente conta uma frota de 56 mil ativos, entre veículos leves e pesados, máquinas e implementos. Além de 180 filiais, 24 mil colaboradores, um centro logístico intermodal e um porto seco. A partir da necessidade de dar destino à frota usada, desenvolveu uma subsidiária, a Seminovos JSL, que pode ser considerada modelo para transportadoras de grande porte, cooperativas ou até parceria entre transportadoras médias. 
Referente aos usados, são mais de 1 600 itens em estoque na JSL, entre caminhões, cavalos mecânicos, ônibus e utilitários para venda em suas 15 revendas próprias de veículos pesados. O índice de sucesso com a venda de veículos usados pela transportadora nos últimos três anos atingiu a marca de 90%, com 1 554 unidades comercializadas.
A média de quilometragem dos caminhões colocados à venda é de 120 mil quilômetros rodados. Assim que atingem essa marca, a empresa os retira de circulação, e então, começa o preparo para a venda. Os veículos geralmente possuem média de 2,6 anos de idade e passam por manutenção em concessionárias ou oficinas credenciadas. Porém, não passam por reforma para serem vendidos. “A ideia é vender sempre no estado em que se encontra, sem nenhum tipo de reforma ou maquiagem, e desta forma o consumidor não terá surpresas desagradáveis após a compra, por isso, a empresa não fornece garantia para os veículos”, afirma o gerente de seminovos da JSL, Walder Puttinato.
A empresa dá liberdade ao cliente para inspecionar o caminhão desejado, inclusive com seu mecânico de confiança. Se algo for constatado, pela política da JSL, mais desconto pode ser oferecido. Os descontos são compatíveis com o estado de conservação de cada veículo. Por isso, o gerente também garante que os veículos são vendidos abaixo de valor de tabela, seja ela Fipe ou Molicar.
O perfil dos clientes desses caminhões usados varia. São empresas de pequeno porte, pessoa física, pequenas transportadoras, agricultores, prefeituras de munícipios pequenos e até grandes transportadoras. 
Para a Seminovos JSL, não há um modelo mais fácil ou difícil de se vender, pois, como em qualquer negociação, a dificuldade se dá em conseguir financiamento para a compra de veículos usados, negócio evitado pelos bancos comerciais. E quando se consegue, o problema fica por conta dos juros altos, complementa Walder Puttinato.
Para solucionar o problema, a JSL criou uma empresa de leasing, que financia os seus veículos para pessoas físicas e jurídicas. Outra dificuldade apontada, são veículos e implementos feitos sob medida para a empresa, que geralmente não atendem a necessidade de outros clientes.
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