Diante de um mercado de caminhões em baixa e das restrições de crédito para autônomos e pequenos frotistas, o Consórcio Scania propôs e alguns grandes transportadores, seus clientes, já aderiram a uma forma de fazer negócios que facilita a renovação da frota. A solução é simples: ao ser contemplada, a transportadora fica com o veículo novo e repassa o consórcio para continuar sendo pago por um motorista agregado, em troca de um caminhão usado. Ou seja: o agregado adquire o seu caminhão seminovo para pagar em prestações mensais.
Um dos primeiros a utilizarem esse sistema, o presidente do Grupo G10 de Maringá, Cláudio Adamuccio, vê vantagem para todo o mundo. “Essa solução ajuda a impulsionar as vendas de caminhões novos, ajuda as transportadoras a renovarem suas frotas e o caminhoneiro a obter um crédito barato na compra de seu seminovo”, ressalta.
A aprovação da transferência não é automática. O cadastro do novo titular será analisado pelo Consórcio Scania. Mas, conforme explica o diretor da empresa, Ricardo Vitorasso, a experiência do Consórcio Scania nesta modalidade, com mais de 50 mil veículos entregues, facilita a análise e aprovação dos cadastros. “Os bancos não têm interesse em emprestar dinheiro para a compra de veículos usados”, afirma.
O custo da operação também é mais razoável. Enquanto no Procaminhoneiro os juros são de 6% ao ano e no CDC chegam a 30% ao ano, no consórcio as taxas são de 11,5% diluídas em todo o contrato. “O mercado hoje sufoca o frotista na hora de vender seus seminovos. A gente está de olho no dia a dia do cliente, vendo suas necessidades. Por isso, conseguimos chegar a essa solução”, afirma o diretor.
Para Adamuccio, que mantém um departamento de venda de seminovos, o novo sistema mostrou-se um grande facilitador de negócios. “Tem ajudado a gente a repassar os veículos”, diz o empresário. O G10 vende seus caminhões para funcionários que deixam o grupo e passam à condição de terceiros. “A gente busca apoiar, principalmente os que prestaram bons serviços”, conta.
Tombini ressalta que a avaliação para aprovação da transferência é feita pelo consórcio, que analisa o histórico do novo cliente para garantir a continuidade do plano.
Elcimar Vieira, gerente comercial da transportadora Jolivan, de Iconha (ES), conta que a nova modalidade “viabilizou o negócio com usados”. “Fica interessante para quem compra porque no consórcio só tem a taxa de administração”, afirma. Ele calcula que uma prestação de um caminhão que custe R$ 180 mil sairá por R$ 5.800 num financiamento convencional e R$ 3.750 no consórcio – ambos com prazo de financiamento de 48 meses. “O dono da cota pode usar o poder de barganha, já que o negócio fica bom para o comprador, e cobrar até R$ 200 mil pelo caminhão. Ganha o motorista pagando menos e ganha o frotista conseguindo um melhor preço no seu usado”, declara.
Vieira ainda ressalta que o Finame para compra de usado é igual a cabeça de bacalhau, “existe, mas ninguém viu”. A Jolivan tem 860 caminhões e 180 agregados. E já vendeu cerca de 20 veículos pelo novo sistema.
FONTE: Carga Pesada