Facchini

Fabricantes de ônibus veem 2015 com otimismo

O Brasil encerrará 2014 com uma queda de até 15% das vendas de chassis de ônibus na comparação com o ano passado, para algo perto de 25 mil unidades, estima a maior parte das montadoras que produzem por aqui. Apesar disso, o País continuará sendo o terceiro maior mercado do segmento no mundo, perdendo apenas para a China e a Índia. O potencial brasileiro foi destaque das principais empresas que aproveitaram sua participação da 10ª Fetransrio, feira do transporte realizada no Rio de Janeiro de 5 a 7 de novembro, para apresentar o balanço do ano até agora e as expectativas para o próximo período. 
“Mesmo em um ano de queda das vendas do mercado total, conseguimos ser a empresa que mais cresceu com aumento de 5 pontos porcentuais de market share, passando de 43,1% em 2013 para 48,1% este ano, considerando os dados até outubro”, comemora Walter Barbosa, diretor de vendas e marketing de ônibus da Mercedes-Benz, que segue como líder do mercado.
A MAN Latin America, dona da marca Volkswagen Caminhões e Ônibus, sustenta o segundo lugar no ranking nacional com 26% e vê com otimismo o desempenho para 2015: 
“O mercado em geral deve crescer entre 8% a 12%”, estima Ricardo Alouche, vice-presidente de vendas, marketing, e pós-vendas da MAN Latin America. Para o executivo, o maior impulso virá do segmento de ônibus urbano. “Em 2013, com as manifestações populares, os empresários decidiram postergar as compras, deixando para 2015 um bolsão acumulado de dois anos. O incremento deve ser em torno de 20% e a Volkswagen estima crescer no mínimo os mesmos 20% no segmento.”
Segundo Alouche, a MAN/Volkswagen mira em uma participação mas agressiva de mercado nos próximos anos: "Nossa meta é ambiciosa, de alcançar 32% de share em 2015 e para 2016, miramos os 35%".
A Scania, que encerrou 2013 com 5,2% de participação, espera terminar 2014 com registro de queda menor que a do mercado, projeta Silvio Munhoz, diretor de vendas da marca para as Américas. Para ele, o cenário em 2015 será mais promissor devido a fatores importantes para o segmento, tais como a lei da mobilidade instituída pelo governo federal, que prevê, entre outras metas, instrumentos para melhorar a acessibilidade à mobilidade (de pessoas e de carga), dando prioridade aos meios de transporte do serviço público coletivo. Ainda no âmbito da legislação, a aprovação do novo sistema de concessão das linhas rodoviárias pela ANTT, cuja regulamentação deverá ser publicada em até seis meses impulsionará o segmento rodoviário e de fretamento, fazendo com que o primeiro semestre seja relativamente mais propenso aos negócios. 
“Baseado nestas perspectivas, o mercado não cai em 2015, nossa expectativa é que se mantenha em volumes semelhantes a este ano, mas não descartamos a possibilidade de crescimento”, diz Munhoz. 
Por sua vez, a Iveco, que até agora atuava apenas no segmento de mini ônibus e que a partir deste mês se lança para o mercado com um novo chassi de 17 toneladas, segmento de maior representatividade no mercado nacional, com 60% de participação, espera alcançar 5% de market share já no primeiro ano. “Acreditamos que em 2015, o segmento de 17 toneladas possa repetir os resultados de 2014, com algo perto de 9 a 10 mil unidades”, estima Ricardo Franca, supervisor comercial da Iveco Bus.
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