O Brasil precisaria de pouco mais de R$ 660 bilhões em investimentos para apagar a lacuna da falta de eficiência logística no país, mas o Ministério dos Transportes dispõe de apenas R$ 8,5 bilhões. Para fechar essa conta, o empresário e presidente da Câmara de Políticas de Gestão, Desempenho e Competitividade (CGDC), vinculada à Presidência da República, Jorge Gerdau não vê outra alternativa senão a melhoria da competência gerencial no setor público, que, para ele, ainda não evoluiu.
“Pode um país querer competir no mundo sem ter competência gerencial?”, questionou Jorge Gerdau, diante de uma plateia atenta de 200 empresários na manhã de ontem, no auditório da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).
“A saída não está em aumentar a carga tributária. É o retorno dela. É preciso que os 40% do Produto Interno Bruto (PIB) administrados pelo governo sigam um processo de competência gerencial, por meio dos princípios da governança”, completa Gerdau.
Presidente fundador do Movimento Brasil Competitivo e há três anos e meio na CGDC, Gerdau fez críticas à incapacidade do governo de atrelar as políticas macroeconômicas ao estabelecimento de metas e estratégias de competitividade, que levem em consideração a avaliação, o direcionamento de ações e o monitoramento dos projetos, bem como a transparência e a prestação de contas à sociedade como um todo.
“O processo de governança no setor púbico não evolui, porque não existe um medo da morte, da extinção, como nas empresas privadas”, criticou o empresário.
Presidente do Sistema Firjan, Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira avalia que sociedade e empresários devem se mobilizar, a fim de melhorar a atual estrutura da administração pública.
“O governo também precisa ter o mesmo medo da morte que os empresários têm. E, enquanto empresários, figuras não políticas e apartidárias, nós temos a missão de mostrar quão difícil é a gerência de uma empresa no Brasil e como as empresas são importantes para a geração de riqueza e trabalho no país. O governo desperdiça parte importante dessa riqueza em deficiência pública e não cria emprego”, criticou Eduardo Eugênio Gouvêa.
FONTE: Guia do TRC