Mercedes-Benz corta produção durante todo o mês de dezembro

A fábrica da Mercedes-Benz de Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira, vai paralisar a produção durante todo o mês de dezembro, como medida de ajuste dos estoques à demanda mais fraca do setor automotivo. A montadora alemã informou, nessa terça-feira, por meio de sua assessoria de imprensa, que a interrupção dos trabalhos ocorrerá mais cedo neste ano, em relação ao cronograma tradicional de suspensão das atividades devido às festas de Natal e réveillon. Segundo o sindicato local dos metalúrgicos, de primeiro a 15 do mês que vem será adotada licença remunerada e em seguida a empresa concederá mais oito dias de dispensa a título de banco de horas, com compensação prevista no próximo ano.

De acordo com a montadora, serão usadas “algumas ferramentas de flexibilização”, mas elas não foram detalhadas pela companhia. A unidade mineira emprega cerca de 750 pessoas, das quais 168 estão afastadas e permanecerão em casa até 17 de janeiro pelo mecanismo de suspensão temporária dos contratos de trabalho, sistema conhecido como lay-of, previsto na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Juiz de Fora, João César da Silva, afirmou que será definido até o fim do mês o número total de funcionários que deixarão de trabalhar em dezembro.

A produção nacional de veículos caiu 16% de janeiro a outubro e as vendas recuaram 7,1%, como reflexo da baixa dos negócios no mercado interno e nas exportações, divulgou recentemente a Associação Nacional de Veículos Automotores (Anfavea). As medidas de férias coletivas e licença remunerada já foram usadas em 2014, nas unidades de São Paulo e de Juiz de Fora, com a mesma justificativa de que a empresa precisa adequar o volume fabricado às necessidades do mercado. O nível de produção e os volumes que sai da fábrica mineira, no entanto, não foram informados.

Cabines

Em 10 de outubro, a montadora anunciou o fim da produção em Juiz de Fora do caminhão leve Accelo até 2016, reservando à fábrica a responsabilidade da produção de cabines de caminhões da marca. Desde então, a nova configuração da unidade mineira está sendo discutida com o sindicato dos trabalhadores, que buscou apoio do governo de Minas, da equipe de transição do governador eleito, Fernando Pimentel , e do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

“Nossa proposta é de que as cabines saiam prontas da fábrica de Juiz de Fora. Não nos demos por vencidos e não queremos cabines pela metade aqui”, disse o sindicalista César da Silva. Nova reunião no MDIC para discutir o projeto para a fábrica é aguardada nos próximos dias. Outra discussão na qual o sindicato pretende insistir é no destino da produção dos caminhões Actros. A empresa e o sindicato local dos metalúrgicos firmaram termo de garantia de emprego até que a unidade fabril esteja adequada e apta à produção das cabines de caminhões.

Não está descartada a possibilidade de renovação do sistema de lay-off, com a complementação dos salários bancada pela montadora. O sistema de flexibilização das relações de trabalho permite que os trabalhadores afastados recebam bolsa do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) no valor de R$ 1.163. Eles passarão por um programa de reciclagem profissional, em cursos de soldadores, manutenção mecânica e desenho industrial, entre outros.

FONTE: Mercedes-Benz