O mundo é altamente dependente do transporte rodoviário, e com o Brasil não é diferente. E no caso brasileiro, além de haver um gargalo logístico enorme, os investimentos ainda são considerados muito aquém do necessário para suportar a demanda de movimentação de carga no país. Diante de um quadro de incertezas, a CNT (Confederação Nacional do Transporte) desenvolveu propostas para que o presidente da república possa ter uma ferramenta a mais em suas mãos e que sirva de auxílio para entender o atual cenário logístico do país (veja boxes na página à direita).
O impacto do descaso histórico de vários governos é sentido em toda a cadeia produtiva, desde a indústria até o consumidor final. E a falta de investimento em infraestrutura acarreta o aumento de prazos de entrega, tempo de viagem, custos extras e preço final. Além disso, o aumento de preços torna o país menos competitivo, mesmo quando comparado a outros países emergentes.
Recentemente, o Fórum Econômico Mundial divulgou um ranking sobre a qualidade da infraestrutura do transporte em 144 países. O transporte rodoviário brasileiro ficou na 112a posição, mesma posição dos portos, perdendo em competitividade para os modais ferrovia (95º) e transporte aéreo (113º).
O transporte rodoviário ainda é o carro-chefe das movimentações no Brasil. Segundo a CNT, o modal é responsável por 61% dos deslocamentos de cargas e por 96% dos passageiros. Na Europa, ao contrário do que muitos pensam, a dependência do transporte rodoviário é muito grande e chega a 70%. Lá, as ferrovias priorizam o transporte de passageiros, também ao contrário do que ocorre no Brasil. Ainda na questão rodoviária, a instituição identificou 618 projetos ao custo de R$ 293,9 bilhões que tornariam o modal mais dinâmico e competitivo.
Dentre as principais intervenções para desatar o nó logístico no qual o país se encontra a CNT destaca dez projetos:
1 Duplicação da BR-116 entre Pacajus (CE) e Pelotas (RS)
2 Duplicação da BR-153 entre Wanderlândia (TO) e Erechim (RS)
3 Duplicação da BR-101 entre Novo Lino (AL) e Caraguatatuba (SP)
4 Duplicação da BR-070 entre Cuiabá (MT) e Águas Lindas (GO)
5 Construção e pavimentação da BR-242 entre Sorriso (MT) e Taguatinga (TO)
6 Duplicação da BR-242 entre Barreiras (BA) e Rafael Jambeiro (BA)
7 Duplicação da BR-262 entre Viana (ES) e Uberaba (MG)
8 Duplicação da BR-251 entre Montes Claros (MG) e Cachoeira de Pajeú (MG)
9 Duplicação da BR-470 entre Campos Novos (SC) e Navegantes (SC)
10 Duplicação da BR-135 entre Montes Claros (MG) e Curvelo (MG)
São pontos estratégicos de grande movimentação de cargas, que não têm a devida atenção por parte do Estado. Contudo, o governo, por meio da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), tem realizado concessões de trechos-chaves para o interesse do país, como a BR 153 Tocantins-Goiás, BR 163 Mato Grosso do Sul e BR 040 Distrito Federal-Goiás-Minas Gerais. São iniciativas positivas que geram esperança de que dias melhores virão para os usuários das rodovias brasileiras.
FONTE: Transporte Online