A MAN Latin America (fabricante dos caminhões Volkswagen) deve fechar o ano na liderança do mercado doméstico pelo 12º ano consecutivo, com cerca de 27% de participação.
A meta agora é repetir o desempenho no ano que vem, com foco principalmente no segmento extrapesado. "Esperamos que haja uma reversão do cenário que temos hoje. O empresário e o consumidor precisam recuperar a confiança para que a economia e, consequentemente, o nosso setor voltem a crescer", afirmou, em entrevista ao DCI, o presidente da MAN, Roberto Cortes.
De acordo com o executivo, o mercado total de caminhões deve encerrar o ano com cerca de 132 mil unidades ante pouco mais de 150 mil em 2013. "As expectativas para o ano foram sendo reduzidas, o que é ruim porque não conseguimos nos preparar", destaca.
O objetivo da MAN, segundo Cortes, é manter a participação e ampliar sua presença no segmento extrapesado, que serve especialmente os mercados de commodities. "Chegamos à categoria há pouco mais de dois anos e já estamos com 9,2% de market share", comemora.
No entanto, a montadora ainda possui um longo caminho para atingir a meta de 30% de participação no segmento. Grande parte do programa de investimentos de R$ 1 bilhão entre 2012 e 2016 na planta de Resende (RJ) será consumida na nacionalização do extrapesado TGX, que sai da linha de montagem sob o selo MAN e não Volkswagen Caminhões.
"Novos players estão chegando, mas nós temos uma ampla rede de concessionárias e um forte atendimento pós-vendas", destaca. Para atingir a meta de market share no segmento extrapesado - o mais rentável de todos -, a MAN possui a vantagem da bandeira Volkswagen e seus 156 pontos de vendas no País. "Somos líderes de emplacamentos em todos os segmentos, exceto extrapesados", destaca o presidente da MAN.
Cortes comentou também que a taxa de juros de 6% para o financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a compra de bens de capital, o Finame, termina nesta sexta-feira. "O ideal seria manter esta alíquota", diz.
Segundo o executivo, este tipo de incentivo ao investimento é muito importante. "Estamos aguardando a renovação deste instrumento que é de extrema importância para o mercado", pontua.
Para Cortes, no entanto, a possibilidade de manutenção dos níveis do Finame é incerta. "Estamos muito apreensivos em relação a essa questão. Esperamos que o governo entenda a importância deste subsídio para a economia", revela.
Cortes acredita que, em 2015, dificilmente algum setor da economia vá despontar. "Se a economia melhorar e esperamos que melhore, o País todo deve se beneficiar igualmente".
Hoje, cerca de 100 funcionários da MAN são mantidos em lay-off (suspensão temporária do contrato de trabalho) na planta de Resende. "Estamos conversando com o sindicato para resolver a situação da melhor forma", revela Cortes.
Em dezembro, serão três semanas de férias coletivas na unidade e o presidente da MAN espera que a situação volte ao normal o mais rapidamente possível. "Tudo depende do nível da atividade econômica, da confiança dos empresários e consumidores, dos estímulos como Finame e do mercado argentino".
A queda das exportações para o país vizinho também impactaram a produção da montadora. De acordo com a MAN, as vendas à Argentina devem cair entre 20% a 25% neste ano. "Este é o nosso maior mercado de exportação", diz.
FONTE: DCI