Facchini

Volvo Caminhões quer brigar pela liderança

Roger Alm deixará uma árdua tarefa para Claes Nilsson, seu sucessor na presidência da Volvo Caminhões para a América Latina: alcançar a liderança de mercado no Brasil. A mudança no comando da empresa acontece em janeiro de 2015. Em encontro com jornalistas para a sua despedida, na segunda-feira, 1º, Alm enfatizou que este sempre foi o objetivo de sua gestão e que muito provavelmente será também o de Nilsson. 
Apesar de a meta ainda estar distante, o caminho para que ela seja alcançada está bem pavimentado. O atual presidente da Volvo Caminhões deixa a companhia em situação muito diferente da que encontrou há cinco anos, quando assumiu o cargo. A empresa ganhou mais de oito pontos porcentuais de participação no mercado brasileiro de caminhões pesados no período, passando de 13% de market share em 2009 para os atuais 21%. “Nenhuma empresa do segmento cresceu tanto no Brasil neste período”, enfatiza Alm, que assumirá a presidência da companhia para a Europa. 
Com isso, a companhia desbancou a Ford Caminhões e se posicionou como a terceira marca mais vendida do País, atrás apenas da Mercedes-Benz e da MAN. A evolução impressiona principalmente pelo posicionamento da montadora, que produz apenas modelos pesados com preços tradicionalmente mais elevados que o da maior parte das concorrentes. Exemplo disso é a recente renovação completa da gama Volvo, que chegou com preços 20% mais elevados mesmo diante das dificuldades enfrentadas pelo mercado brasileiro, que diminuiu 13,2% nos 10 primeiros meses deste ano.
A linha de caminhões começou a ser apresentada entre o fim de setembro e o início de outubro. As entregas das primeiras unidades acontecerão apenas a partir de janeiro, mas, sem detalhar números, Alm garante que o ritmo das encomendas corresponde às expectativas da companhia. “Poderíamos disputar a liderança do mercado apenas reduzindo preços, mas este não é o objetivo. Queremos crescer de forma estruturada”, explica o executivo, defendendo que, antes de alcançar mais market share, a companhia trabalha para ter uma operação saudável. 
Além de ter nas mãos a linha de caminhões renovada, o futuro presidente da Volvo no Brasil contará com a rede de concessionárias fortalecida para dar sequência ao plano de expansão da marca. "Vamos inaugurar a nossa centésima casa antes do fim do ano”, conta Alm. 
SEGUNDA MARCA 
Sempre reservado ao falar da estratégia da companhia para o futuro, Alm garante que o Grupo Volvo ainda não bateu o martelo sobre o lançamento de uma segunda marca de caminhões no Brasil e sinalizou que esta tarefa ficará para o seu sucessor. Em 2012, durante o Salão do Automóvel de Hannover, o IAA, a companhia admitiu a possibilidade de começar a vender no Brasil caminhões da Mack, UD ou Renault. Desde antão, nenhum outro detalhe foi dado e o projeto permanece sob análise. 
Alm assegura que o plano não foi afetado pela retração do mercado brasileiro este ano e avisa que a companhia não tem pressa. “Precisamos estudar muito bem porque qualquer problema poderia afetar também a marca Volvo”, pondera. Apesar de o executivo evitar dar pistas sobre o assunto, parece essencial para a companhia complementar a gama com caminhões mais leves para que consiga alcançar a liderança nos próximos anos. 
A missão de fazer os últimos acertos para o provável início da operação de outra marca do Grupo Volvo no Brasil ficará agora nas mãos de Nilsson. Já Alm encerra com orgulho o seu desafio no País. “Foi a melhor época da minha vida em termos pessoais e profissionais. Meu coração sempre será uma parte brasileiro”, declarou ao fazer o balanço da meia década que passou no comando da operação local.
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