O entrevistado preferiu não se identificar mas a história é cheia de números e informações que dão uma ideia do que se passa atualmente no dia a dia do transporte. Ele é motorista empregado de uma grande transportadora e dirige um bitrem de sete eixos atrelado a um Scania que faturou no último mês de novembro perto de R$ 140 mil.
Para preservar a identidade do nosso entrevistado e da empresa, não vamos revelar o tipo de carga transportada. Apenas que, para atingir este faturamento, a carga de trabalho não foi pequena e o obrigou a ficar 20 dias fora de casa.
Disse também que ninguém na frota está cumprindo a Lei 12.619, que regulamentou a jornada diária de trabalho dos motoristas. Em sua opinião, pra quem vive de comissão de 11%, as paradas são extremamente danosas à produtividade.
Seus ganhos estão acima de R$ 8 mil por mês e não há desconto de Imposto de Renda na fonte porque toda (ou quase toda) remuneração é paga por fora, com cheque ao portador. Oficialmente, ganha o salário do sindicato, pouco mais de R$1 mil.
Seu patrimônio: casa própria, casa na praia e três carros novos. Tem filhos estudando, que não vão vir para estrada, “de jeito nenhum: eles vão ser alguém na vida”. Conseguirão ganhar mais do que o pai? Nosso entrevistado acha que não.
FONTE: Carga Pesada