Facchini

Mercedes-Benz corre para tentar repetir 2014

No melhor dos cenários, a Mercedes-Benz espera repetir desempenho de 2014, que apesar da queda de 6,7% das vendas, conseguiu cair menos que o mercado total de caminhões, cuja retração foi de 11,3% sobre o ano anterior. O vice-presidente de vendas e marketing de caminhões e ônibus da marca no Brasil, Roberto Leoncini, lembra das dificuldades que parecem se repetir neste ano: “No primeiro bimestre de 2014 quase não se fechou negócios”, lembra o executivo. 
Apesar de comparar os dois anos, ele reforça que o mercado não parou neste janeiro: “É possível financiar via CDC ou leasing, mas pelo Finame comum, com a taxa baseada na TJLP (taxa de juros a longo prazo) está bloqueado há duas semanas pelo BNDES. A Anfavea está tentando reverter”, revela. 
O cenário adverso para caminhões e ônibus neste início de ano se dá novamente por causa do Finame PSI, mas desta vez com novas condições mais complexas: além de taxas de juros mais altas, os prazos foram reduzidos e o PSI não financia mais 100% do bem, há novas exigências de entradas fixadas em 30% para pequenas e médias empresas e de 50% para grandes. Os 40% ou 20% restantes, para chegar a 90% do valor financiado, podem ser subsidiados pelas denominadas taxas variáveis (cesta de moedas ou variação média da Selic). 
Leoncini conta que o Banco Mercedes-Benz só vai oferecer financiamento via PSI a partir da quarta-feira, 28, após concluir o treinamento operacional da rede sobre as novas regras. “Com as mudanças, todo o sistema bancário passa por uma adequação, o que na prática significa conseguir emitir dois boletos dentro do mesmo contrato de compra: um para o financiamento com taxa fixa e outro com a taxa variável”, afirmou. Ele acrescenta que no caso da Mercedes-Benz, até que o sistema esteja adequado para convergir com o do BNDES, oferecerá a opção de capital de giro (taxa fixa) como alternativa à parte do financiamento com taxa variável. Porém, o executivo não estimou quanto tempo pode demorar a conclusão de adequação de seu sistema bancário. 
Leoncini prefere não apostar em um viés de queda do mercado em 2015 e indica fatores que podem contribuir para alguma melhora do segmento, como o agronegócio, cujas projeções apontam para um novo recorde de safra de grãos. “Também dependerá do otimismo do transportador e do cenário do mercado geral de cargas no País”. 
Ao comemorar o ganho de participação de mercado em 2014 (leia aqui), Leoncini reforça que a empresa continuará sua estratégia de oferecer novidades em seus produtos para atrair clientes: “A liderança quem dá é o cliente por meio de seu reconhecimento, é ele quem elenca quem sobe ao topo. Há muito ainda a se fazer para entregar sempre os melhores produtos: estamos fazendo a lição de casa”, conclui.
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